POVOAÇÃO DE
ESPERANÇA
Esperança
sempre foi citada como um “recanto aprazível”, um lugar bom de se morar, não só
pelo seu clima ameno mas por sua localização privilegiada; e sua gente foram
sempre as mais acolhedoras da região.
Em 1892
Irineu Joffily cita em sua obra que “Banabugê ou Esperança, grande e aprazível
povoação, (...) era simplesmente uma fazenda de criação, quando pela sua feliz
situação foi escolhida para o estabelecimento de uma feira de gêneros
alimentícios, que foi a sua origem”, acrescendo que ela possuía “uma espaçosa e
bonita igreja, a melhor da freguesia e a sua feira é uma das mais
frequentadas”.
Por sua
vez, registra Coriolano de Medeiros em 1914, que esta povoação pertencia a
Alagoa Nova, da qual ficava a 15 kilômetros e já contava com um número de 800
habitantes, fazendo as seguintes considerações: “Tem boa edificação, bem
construida egreja de NS do Bom Conselho, agencia de correio, escolas primárias,
commercio regular, e aos sabbados realisa animada feira. (....) é de aspecto
pittoresco, e muito saudável”.
Provavelmente
surgida das seguintes sesmarias citadas por Epaminôndas Câmara: “1713
– 13 de junho, a Mateus de Araújo Rocha, uma no logar Lagoa de Pedra sertão do
Paó” e “1789 – 16 de outubro – Idem, a Manoel Gonçalves Diniz, José Barbosa,
Veríssimo Freire e Francisco Barbosa, uma entre a lagoa do Genipapo, a do
Freitas, Olho D'água de Cajazeira, Lagoa do Mato, riacho dos Porcos e
Banabuié.”
Os
autores fazem referências não só ao seu comércio progressista como também a
educação, que desde há muito se praticava nestas pargens. Citemos a Lei provincial nº 339 de 27 de novembro de 1869,
que estabelecia uma cadeira da instrução primária “na povoação de
Banabuyé do termo de Alagoa Nova”. E o “Almanach do Estado da Parahyba” de 1922, que
apontava uma “Cadeira do sexo feminino da povoação de Esperança, do município
de Alagoa Nova, regida pela professora effectiva d. Amália da Veiga Pessoa
Soares” (p. 148).
Mas o certo é que o comércio desta povoação era bem sucedido. A história
registra-se desde
Contudo,
é José de Cerqueira Rocha quem faz a melhor descrição desta terra, para o
“Annuário da Parahyba”, mencionando o surto progressista pela qual esta
povoação foi tomada, lembrando a urbanização, a abertura de novas ruas, a
instalação de postes de iluminação, o clima e a hospitalidade “de uma região
que se tornou privilegiada”.
Tudo
isto contribuiu para a criação da Paróquia de Esperança em 1908, por
ordem do Bispo da Paraíba, Dom Adauto, levando em consideração as necessidades
espirituais da povoação de Esperança (MATRIZ, Livro Tombo nº
Rau
Ferreira
Fonte:
-
Notas sobre a Parahyba, JOFFYLI, Irineo. Ed.
Typographia do "Jornal do Commercio": 1892, p. 208/209.
-
Diccionario chorographico do Estado da Parahyba,
MEDEIROS, Coriolano de. Ed. Imprensa Official: 1914, p. 35;
-
Os alicerces de Campina Grande: esboço
hitórico-social do povoado e da vida, 1697-1864, Epaminondas Câmara, 3ª Edição,
Ed. Oficinas Gráficas da Livraria Moderna, p. 95/110;
-
Leis e
Regulamentos da Instrução Primária da Paraíba no Período Imperial, Antonio
Carlos
Ferreira
Pinheiro e Cláudia Engler Cury (Org.), INEP, Brasília-DF:2004, p. 151;
– Parahyba do Norte, Collecção das Leis Provinciaes de 1869. Parahyba:
Typ. dos herdeiros de
-
J.R. da Costa, Rua Direita nº 20. 1869
-
Almanach do Estado da Parahyba - Volume 14, Publicado
em 1922, p. 148;
-
Livro do Município de
Esperança, Ed. Unigraf, 1985 – p. 80;
-
- Revista Fisco – Ano XXXVIII - N. 364,
Setembro-2008 – p. 12/13;
-
Site da Paróquia: www.paroquianossasenhoradobomconselho.org/;
-
“Annuario da Parahyba” Volumes 1-3. Artigo: Esperança,
Recanto aprazível, por José de Cerqueira Rocha, Imprensa Official: 1934, p.
155/157.