Reinaldo de Oliveira Sobrinho
A 03 de fevereiro de 2004, o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano se associou às manifestações de apreço ao seu associado Reinaldo de Oliveira Sobrinho, nosso sócio efetivo há 49 anos, que completou 90 anos de idade.
Reinaldo de Oliveira Sobrinho nasceu em João Pessoa no dia 03 de fevereiro de 1914, filho de José Clementino de Oliveira e América Pinho de Oliveira. Ele é o terceiro filho do casal, sendo seus irmãos José Clementino de Oliveira Júnior (falecido), Maria do Carmo Oliveira Silveira, Celeste Pinho de Oliveira (falecida), Geraldo Pinho de Oliveira, Maria de Lourdes Pinho de Oliveira (falecida), e Antônio Américo Pinho de Oliveira.
Em 1951, Reinaldo casou-se com Dª Darcila Gadelha de Melo, de cujo matrimônio tem os seguintes filhos: Leonardo Gadelha de Oliveira, médico pneumologista; Maria Carolina de Oliveira, empresária; e Tarcísio Gadelha de Oliveira, administrador de empresas.
No seu universo familiar conta com cinco netos: Matheus, Martina, Roberto, Darcila e Reinaldo Neto.
Seus estudos primários foram feitos com as professoras Emerentina Coelho e Ana Lianza, complementando-os na Escola Modelo do Estado; concluiu o Curso de Humanidades no velho Liceu Paraibano e fez o Pré-jurídico no Ginásio Pernambucano, no Recife. Ingressou na Faculdade de Direito, onde cursou o 1° ano, porém não concluindo o curso universitário.
Ingressou na vida pública como funcionário federal, por concurso, tendo ocupado os seguintes cargos: Secretário do Instituto de Física da Universidade Federal da Paraíba; Secretário do IBAM – PB, Operador do Instituto do Açúcar e do Álcool. Transferindo sua residência para Belém, no Estado do Pará, exerceu o cargo de oficial de gabinete do Governo do Estado. Voltando à Paraíba, foi Secretário da Prefeitura Municipal de Areia, onde posteriormente exerceu o cargo de Prefeito daquela cidade. Aposentou-se como Técnico Judiciário da Justiça Federal.
Sua vocação era o jornalismo, profissão que exerceu muito cedo escrevendo nos principais jornais da Capital. Na década de 30 já figurava nos quadros do jornal A Imprensa, órgão pertencente à Diocese da Paraíba, quando era diretor D. Carlos Coelho. Ali ingressou como revisor, depois foi repórter e finalmente redator. Fez o Curso de Jornalismo pela Associação Educacional de São Paulo, onde obteve distinção no Concurso Eficiência Intelectual. Escreveu não só para os jornais da Capital como para os periódicos do Recife.
Atualmente continua dedicado à pesquisa histórica, tendo lançado vários livros e trabalhos em revistas.
É membro da Associação Paraibana de Imprensa, do Sindicato dos Jornalistas Profissionais, da União Brasileira dos Escritores – Seção da Paraíba, do Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica, da Comissão Paraibana de Folclore e do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano.
É sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, da Academia de Letras de Campina Grande e da Academia Cabo-friense de Letras (Rio de Janeiro).
Em 10 de outubro de1981 foi homenageado pela Câmara Municipal de João Pessoa com a outorga do título de Cidadão Benemérito da Cidade, proposta pelo vereador Mário da Gama e Mello. O Instituto Histórico e Geográfico Paraibano concedeu-lhe a Medalha e Comenda do Mérito Cultural “José Maria dos Santos”.
Em 1999, teve seu nome incluído no Dicionário de Folcloristas Brasileiros, de autoria do saudoso confrade Mário Souto Maior, da Fundação Joaquim Nabuco, do Recife, por sua contribuição no campo da cultura popular na Paraíba.
Ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano em 8 de março de 1965, durante a presidência do Cônego Francisco de Lima, sendo saudado pelo historiador Deusdedit de Vasconcelos Leitão. Em seu discurso de posse leu um trabalho intitulado Arthur Achilles – o Gigante da pena.
Na eleição para a Diretoria do Instituto, em 22 de agosto do mesmo ano, Reinaldo foi eleito para o cargo de 2° Secretário, tendo como presidente o Cônego Francisco Lima.. Em 17.09.1966, por motivo de saúde, renunciou ao cargo, que passou a ser ocupado por Deusdedit de Vasconcelos Leitão.
Para o período 1980/83, na presidência do botânico Lauro Pires Xavier, foi eleito 1° Secretário; para o período 1983/86, Reinaldo foi eleito Diretor de Relações Públicas, tendo como presidente a historiadora Rosilda Cartaxo. No período seguinte foi eleito para ocupar a 2ª Secretaria, sob a presidência de Humberto Cavalcanti de Mello.
A partir desse período, embora não tenha participado do corpo diretivo do Instituto, participou como membro das Comissões Permanentes de Estudos.
A atuação de Reinaldo de Oliveira Sobrinho nas atividades do IHGP não somente ocorreu durante as sessões, às quais durante certo tempo foi bastante freqüente.
A Revista do Instituto registra sua participação com os seguintes trabalhos:
Arthur Achiles – o Gigante da Pena, Revista n° 24, 1984;
A Fazenda, Revista n° 25, 1991;
As Bravatas do Coronel Zuza, Revista n° 27, 1995;
A República nasceu em Olinda, Revista n°29, 1996;
Cangaceiros, Revista n° 30, 1998;
Paraíba – Quatro décadas sem autonomia, Revista n° 31, 1999;
A “Noite das Garrafadas”, Revista n° 34, 2001;
O Provincianismo em Ribeiro Couto, Revista n° 35, 2002.
Além de palestras e conferências e trabalhos publicados em jornais, revistas, Reinaldo de Oliveira lançou seis livros com boa aceitação pelo público intelectual.
Esboço de Monografia do Município de Areia, 1958.
Sertão de Bruxaxá – Sua evolução histórica, 1980.
Terras de Massapé (Um estudo sobre a civilização do açúcar na Paraíba) – João Pessoa, 1996, UNIGRAF, 2ª edição, 93 p.
Variações do Folclore na Paraíba – João Pessoa, 1990, UNIGRAF, 175 p.
Prosa Paraibana (Da Escola Clássica ao Modernismo) João Pessoa, 1993, idéia, 94 p.
Anotações para a História da Paraíba – João Pessoa, 2002, idéia, Tomo I e II, 210 p.
Lançado em 2ª edição pela UNIGRAF, em 1986, Terras de Massapé mereceu a melhor acolhida no ambiente intelectual paraibano.
O historiador Deusdedit Leitão assim se pronunciou sobre o livro: “REINALDO DE OLIVEIRA SOBRINHO, deu-nos um ensaio vigoroso na interpretação sociológica do problema econômico que se criou às margens do Paraíba, com a vo- ragem das usinas.
Em TERRAS DE MASSAPÊ há uma criteriosa e inteligente apreciação da vida nos engenhos, através da história, da economia, dos seus aspectos ecológicos e do rico folclore da região”.
Dedicado ao folclores paraibano, Reinaldo Oliveira lançou um excelente livro, que foi prefaciado pelo mestre Altimar de Alencar Pimentel..
O escritor e sociólogo Adelino Brandão comentando o livro escreveu: ... “tem tudo o que se pode exigir de um bom livro, no gênero. Pesquisas, originalidades, memórias. E tem, sobretudo o estilo do autor, feito com inteligência e coração. O tipo da obra que Câmara Cascudo elogiaria.”
O lançamento do livro Prosa Paraibana (Da Escola Clássica ao Modernismo) pela idéia editora, como os demais trabalhos do autor, mereceu encômios pela crítica paraibana.
Nele Reinaldo de Oliveira Sobrinho examina os principais escritores paraibanos, transcre-vendo textos e crítica de cada um, seguindo-se breves dados biográ-ficos e relação de suas obras.
Vamos encontrar na Prosa Pa-raibana figuras exponenciais como Coriolano de Medeiros, José Américo de Almeida, Celso Mariz, Ascendino Leite, Ademar Vidal, Horácio de Almeida, Antônio Bôtto de Menezes, José Lins do Rego e tantos outros.
O último trabalho de Reinaldo Oliveira ocorreu em 2002 com o lançamento de A-notações para a História da Paraíba, em dois volumes.
É um trabalho de pesquisa cuidadosa, numa linguagem sem pruridos históricos, muitas vezes coloquial, comentando episódios que enfeitam nossa rica história.
Agradável de ler, os dois tomos mostram curiosidades da província, costumes e examina situações conflitantes. Teve boa repercussão.
Reinaldo de Oliveira Sobrinho por ocasião do lançamento
do 2° Tomo do seu livro Anotações para a
História da Paraíba