Modesto Siebra Coelho

Modesto Siebra Coelho

Cadeira Nº 06 do IHGP


Curriculum Vitae encaminhado ao IHGP e Comissão de Avaliação de Candidaturas a Sócio Efetivo.

Nome: Modesto Siebra Coelho

Geógrafo / Pesquisador / Professor / Dirigente Universitário.

Data e local de nascimento:

15 de Junho de 1944, em Itapipoca - Ceará.

Pais: Vicente Siebra Moura e Ana Maria Coelho de Moura

Residente na Paraíba desde 15 de dezembro de 1971.

Titulado Cidadão Paraibano, em 27 de agosto de 2006,

Lei 7.962, de 06 de abril de 2006 - D. O. do Estado da Paraíba, edição de 07 de abril de 2006.

Formação Básica:

Curso Primário: Grupo Escolar Anastácio Braga e Pré-Seminário Cura D’ Ars de Itapipoca. Itapipoca – Ceará - 1957.

Curso Ginasial – Seminário de São José de Sobral. Sobral – Ceará – 1963.

Curso Clássico - Seminário Arquidiocesano de Fortaleza. Fortaleza – Ceará – 1965.

Formação de Geógrafo e Professor:

Graduação:

1970 - Licenciatura Plena em Geografia pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal do Ceará.

1971 - Bacharelado em Geografia pelo Instituto de Geociências da Universidade Federal do Ceará.

Pós-Graduação:

1989-1990 - Curso de Mestrado – Diploma de Estudos Aprofundados - DEA pela Universidade Paris III - Sorbonne Nouvelle - Instituto de Altos Estudos da América Latina.

Mémoire: Le Développement de La Science et de la Technologie dans le Nord-est Brésilien: Le cas de Pôle Technologique de Campina Grande. Paris, 1990, 100 p. Soutenance: septembre/1990.

Dissertação: O Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia no Nordeste Brasileiro: O caso do Pólo Tecnológico de Campina Grande. Paris, 1990, 100 p. Defesa: setembro de 1990.

1974-1975 - Curso de Especialização em Planejamento Urbano e Metodologia de Projetos pelo Ministério do Planejamento e Coordenação Geral e Escola Nacional de Serviços Urbanos - IBAM – Rio de Janeiro. Carga horária: 1.750 h. Monografia (coletiva): Plano de Ação Imediata para o Município de São Fidelis, Rio de Janeiro, 1975, 221 p.

1972 - Curso de Aperfeiçoamento de Professores de Geografia pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE/Rio de Janeiro e Universidade Federal do Ceará - Fortaleza – Ceará.

1973 - Curso de Aperfeiçoamento em Metodologia do Ensino Superior - Universidade Federal do Ceará – Centro de Estudos Sociais Aplicados - Departamento de Educação, realizado em Iguatu – Ceará.

1977 - Curso de Elaboração de Projetos e Metodologia de Pesquisa - Fundação Getúlio Vargas – Instituto de Estudos Avançados em Educação – IESAE, Rio de Janeiro.

Cursos de Extensão de interesse profissional:

1977 – Curso de Qualificação para Aplicação de Modelos de Órgão de Planejamento - Departamento de Assuntos Universitários do Ministério da Educação e Cultura - DAU-MEC. Brasília, de 2 a 21 de março de 1977.

1974 – Curso de Ecologia Humana - Departamento Sócio-Econômico do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro. Rio de janeiro, setembro/novembro de 1974.

1972 – Curso Introdutório à Dinâmica do Desenvolvimento Econômico – Banco do Estado da Paraíba – Lyons Clube de Cajazeiras. Cajazeiras - Paraíba.

1969 – Curso: Problemas do Desenvolvimento Brasileiro – Centro de Estudos do Desenvolvimento – São Paulo e Sociedade Brasileira de Cultura – CONVÍVIO - Fortaleza–Ceará.

1969 – Curso de Extensão Cultural Sobre Universidade e Liderança Comunitária – Universidade Federal do Ceará – UFC - Pró-Reitoria de Extensão – Fortaleza - Ceará.

Pesquisas realizadas:

1979-1980 – Pesquisador e Coordenador Geral do Projeto Geografia e Ecologia da Paraíba, designado pela Portaria R/DP/Nº 96, do Reitor Lynaldo Cavalcante de Albuquerque. Pesquisa associada do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba e Centro de Geografia Tropical de Bordeaux, França - Acordo CNPq (Brasil) e CNRS (França). Coordenador pela parte francesa: Prof. Raymond Pébayle.

Resultados publicados sob o título Geografia e Ecologia e Ecologia da Paraíba (Brasil), Volume I, Bordeaux – France, outubro de 1980, 374 p. e Geografia e Ecologia da Paraíba (Brasil), Volume II, Bordeaux – França, março 1984, 588 p.

1982-1983 - Pesquisador e Coordenador Geral, na Paraíba, do Projeto Delimitação e Regionalização do Brasil Semi-Árido. Pesquisa conjunta das Universidades Federais da Paraíba, Ceará, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Piauí, sob a coordenação da SUDENE e CNPq – Convênio CNPq/SUDENE/UFPB/FUNAPE. Trabalho em 03 volumes, 521 p.

1989-1990 - Realização de pesquisas na áreas de desenvolvimento cientifico e tecnológico, ciência e tecnologia e novas tecnologias. Linhas exploradas nas pesquisas para a Dissertação de Mestrado.

1995-1997 - Realização de pesquisas na área de transportes urbanos alternativos, no âmbito do programa de implantação do Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais - NEURB, da Casa da Geografia de Sobral – Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Resultados enfeixados no livro A Nova Onda no Transporte Urbano – Mototáxi, Modesto SIBRA COELHO, 1997, Edições UVA, 144 p., Sobral - Ceará.

1998-2000 - Realização de pesquisas na área de desenvolvimento urbano, sociologia urbana e economia urbana, no âmbito do programa de implantação do Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais – NEURB, da Casa da Geografia de Sobral – Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Resultados enfeixados no livro De Sobral ao Global – Um percurso pela questão urbana – Modesto SIBRA COELHO, 2000, Edições UVA 234 p., Sobral - Ceará.

1975 - Participação como Pesquisador no Projeto INEP-ISOP da Fundação Getúlio Vargas – Instituto de Seleção e Orientação Profissional. Rio de Janeiro, dezembro de 1973.

1973 – Levantamento das Condições Físicas, Sócio-Econômicas e Administrativas do Município de Cajazeiras – Paraíba. Trabalho contratado pela Prefeitura Municipal de Cajazeiras – Paraíba. Relatórios Técnicos encaminhados à Direção Geral do Banco Brasileiro de Descontos S. A. – BRADESCO e Direção Geral do Banco Real S. A., visando a ações dessas instituições no Município de Cajazeiras - Paraíba.

1971 – O Paisagismo de Fortaleza e seu Aproveitamento Turístico e Recreativo, sob a Coordenação do Arquiteto Jorge Neves, do Instituto de Geociências da Universidade Federal do Ceará - UFC.

Obras Publicadas:

1. A Nova Onda no Transporte Urbano - Mototáxi - Edições UVA, Sobral - Ceará, 1997, 144 p.

2. De Sobral ao Global – Um Percurso pela Questão Urbana – 2000, Edições UVA, 224 p. Sobral - Ceará, maio de 2000.

Trabalhos sobre temas geográficos paraibanos publicados em revistas estrangeiras:

1. Duas periferias de Campina Grande: o Agreste de Esperança e a Bacia Leiteira Meridional (Parceria); capítulo da obra Géographie et Écologie de la Paraíba (Brésil), 21 p. In Travaux et Documents de Géographie Tropicale - Tome II, p. 131-152. Bordeaux – France, mars 1984, 588 p. CNPq/Brasil e CNRS/France - Universidade Federal da Paraiba e Centre d’ Études de Géographie Tropicale – Bordeaux.

2. Carirís Velhos - A Penetração da Inovação na Diagonal Seca Paraibana (parceria.); capítulo da obra Géographie et Écologie de la Paraíba (Brésil), 21 p. (Parceria). In Travaux et Documents de Géographie Tropicale - Tome II, p. 27 - 48. Bordeaux – France, mars 1984, 588 p. CNPq/Brasil e CNRS/France - Universidade Federal da Paraiba e Centre d’ Études de Géographie Tropicale – Bordeaux.

3. O Homem Tradicional no Meio Sertanejo - capítulo da obra Géographie et Écologie de la Paraíba (Brésil), 9 p. (Parceria). In Travaux et Documents de Géographie Tropicale - Tome I, p. 224 - 233. Bordeaux – France, octobre 1980, 374 p. CNPq/Brasil e CNRS/France - Universidade Federal da Paraíba e Centre d’ Études de Géographie Tropicale – Bordeaux.

4. Brasil: Das Capitais Universitárias aos Tecnopólos - capítulo da obra Problèmes d’Amérique Latine - La Ville et l’Amérique Latine, 16 p (Parceria) - La Documentation Française - Trimestriel Nº 14, nouvelle série; Paris, juillet-septembre 1994; p. 163-179.

Capítulos publicados em livros coletivos:

1. Capítulo: Sobral Ceará (Brazil), Modesto SIEBRA COELHO, p. 301-338 do livro Ceará: um novo olhar geográfico. Org. José Borzzachiello, Tércia Cavalcante e Eustógio Dantas. Edições Demócrito Rocha, 2005, Fortaleza – Ceará. - Um Estudo de polarização sobre Sobral e sua área de influência.

2. Capítulo: Apesar dos esforços, o Brasil ainda é um país distante da maturidade, Modesto SIEBRA COELHO, p. 334-340 do livro (coletivo): O Descobrimento e outras Descobertas, organizado por Maria Norma Maia Soares – Edições UVA, 2000, 340 p.

3. Capítulo: João Batista Frota: uma encarnação de Charles de Foucauld – Modesto SIEBRA COELHO, p.107-111 do livro: Padre João Frota – Missionário da Solidariedade – Org: Prof. José Teodoro Soares, Edições UVA, 2006, 191 p., Sobral – Ceará.

4. Capítulo: Zeferino Vaz, Lynaldo Cavalcante e Teodoro Soares – Três Reitores de Grande Visão – Modesto SIEBRA COELHO, p. 115-117 do livro Simplesmente Modesto, Org: Maria Norma Maia Soares, 2005, 164 p., Sobral – Ceará.

5. Capítulo: Sinal dos Tempos: a Universidade como objeto de desejo. Modesto SIEBRA COELHO, p.99-103 do livro Simplesmente Modesto, Org: Maria Norma Maia Soares, Edições UVA, 2005, Sobral – Ceará.

6. Capítulo: Um Pedaço do Brasil Está Andando de Alternativos, Modesto SIEBRA COELHO, p. 105-109 do livro Simplesmente Modesto. Org: Maria Norma Maia Soares, Sobral - Ceará, 2005.

Artigos de interesse da Ciência Geográfica e da Geografia da Paraíba publicados em revistas, livros e jornais:

01 - Toponímia, Valores Culturais e Interesses - Tacima não será a última cidade do mundo a mudar de nome, infelizmente. Plaquete coletiva - Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba, 2001, p. 24-31.

02. Zoneamento Ecológico – Capítulo 2 do livro coletivo: Zoneamento Ecológico em Apoio ao Programa Nacional do Álcool na Paraíba, p. 23-61. Secretaria de Planejamento do Estado da Paraíba - SEPLAN. João Pessoa, maio de 1977; 79 p.

03. Condições naturais do município de Cajazeiras. Plano Diretor de Cajazeiras. In Cadernos de Planejamento - Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral – Governo da Paraíba. João Pessoa - PB, 1977; p 56-64.

04. Condições naturais do município de Souza - In Boletim do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba - UFPB; João Pessoa - PB, 1978; p. 63-93.

05. A Trapeira de Tambaú – Uma Evocação aos Trapeiros de Emaús, de Abbé Pierre. Jornal O Norte, Caderno Show & Variedades. João Pessoa - Paraíba, 26 de fevereiro de 2006.

06. A Serra de Araruna é Meu Armageddon – Jornal O Norte, Caderno Show & Variedades. João Pessoa - Paraíba, 3 de janeiro de 2006.

07. Dona Inês e a Noiva Perdida do Graal – Jornal O Norte, Caderno Show & Variedades. João Pessoa - Paraíba, 18 de dezembro de 2006.

08. Uma Cidadela de Areia em Tambaú – Jornal O NORTE, Caderno Show & Variedades. João Pessoa - Paraíba, 29 de janeiro de 2006.

09. Paulada no Ensino Paraibano – O Vestibular em Discussão -Jornal CORREIO DA PARAÍBA – João Pessoa, edição de fevereiro de 2000.

10. Flagrantes do Canadá – Série de 04 artigos escritos a partir de Ottawa e publicados no Jornal O Norte – Caderno Show – João Pessoa - Paraíba, edições de 20/05, 05/06, 14/06 e 22/06 de 2007.

11. A Noção de Rurbanização - In Revista Tecnologia e Ciências - Universidade Federal da Paraíba - UFPB. João Pessoa - Paraíba, outubro/dezembro de 1988; p. 149-153.

12. Uma Rurbanização nos Contrafortes da Meruoca - Ensaio de aplicação de novas categorias em Geografia Urbana - Escrito para o número inaugural da Revista da Casa da Geografia de Sobral, p. 26 - 42. Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Sobral - Ceará, 1998.

13. Desenvolvimento de C & T, Questão Regional e Desafios Tecnológicos no Nordeste Brasileiro - Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB - Seção Fortaleza – Revista da AGB/Número especial - Anais XII Encontro de Geógrafos do Ceará; Sobral-Fortaleza, 1995 - p. 18-24.

14. Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA: um pólo de modernização - Jornal O POVO - Caderno Opinião, p. 7A, Fortaleza - Ceará, 29 de junho de 1995.

15. Informação: um compromisso de quem produz ciência - Jornal O POVO - Fortaleza – Ceará, edição de 24 de maio de 1997 e Boletim Espaço e Tempo, Ano II, Nº 02, edição de 28 de junho de 1997, publicação da Casa da Geografia de Sobral – Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Sobral – Ceará.

16. Sinal dos Tempos: a Universidade como objeto de desejo - Boletim da Casa da Geografia de Sobral - UVA Ano II, Nº 02 - 1997 e Jornal O POVO - Fortaleza - Ceará, 21 de agosto de 1997.

17. A Universidade e as Novas Formas de Parceria: a busca de melhores desempenhos - Boletim da Casa da Geografia de Sobral – UVA, Ano 02, Nº 02, 1997 e Jornal O POVO - Fortaleza - Ceará, 28 de junho de 1997.

18. Universidade, Sociedade e Ensino de Geografia - Boletim da Casa da Geografia de Sobral - UVA Ano 03, Nº 03, 1998 e Jornal O POVO - Fortaleza - Ceará, 28 de junho de 1998.

19. De Funções Urbanas e de Sobral Cidade Universitária - Jornal CORREIO DA SEMANA, Sobral - Ceará, edição de 04 de julho 1995.

20. Das Necessidades de Planejamento Urbano - Jornal CORREIO DA SEMANA, Sobral (CE), edição de 26 de julho de 1995.

21. Problemas da Urbanização Contemporânea - (A questão em diferentes escalas urbanas) - Jornal CORREIO DA SEMANA - Sobral - Ceará, edição de 10 de junho de 1995.

22. Urbanização e Problemática Social - Jornal Correio da Semana - Sobral - Ceará, edição de 18 de junho de 1994.

23. Um pé na Modernização, outro na Globalização – Publicado no Jornal O NOROESTE, edição de 24 de abril de 1999, p 12. Sobral - Ceará.

24. A Propósito de Globalização - Publicado no Jornal CORREIO DA SEMANA, edição de 26 de julho de 1999, p 6. Sobral - Ceará.

25. Beco sem Saída: os alternativos no transporte urbano - remetido para publicação - Jornal O POVO, Fortaleza - Ceará, 1998.

26. Bicicletai, mas de olho no que pode acontecer - Publicado no Jornal CORREIO DA SEMANA, Sobral - Ceará, edição de 03 de maio de 1998.

27. Os Alternativos no Transporte Urbano - Entrevista à Revista Via Urbana – Política, Negócios e Sistemas de Transporte Urbano - Rio de Janeiro, Ano 09, janeiro de 1999, p. 18-19.

28. Einstein, a Teoria da Relatividade, Sobral, o Monumento ao Eclipse Solar e o Turismo - pelos caminhos da cultura - Jornal O POVO – Fortaleza - Ceará, junho de 1998.

29. Meio Ambiente e Desenvolvimento Local – Jornal INFOGEO, Colégio Sobralense, Sobral - Ceará, edição mensal, junho de 1999.

30. A UVA em Novo Diálogo com Cidade e o Campo – Jornal O POVO, Fortaleza - Ceará, 21 de junho de 1997.

31. Dez Anos de Geografia na Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Revista da Casa da Geografia de Sobral, v. 6/7, nº 01, p. 19 - 20. Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Sobral - Ceará, 2004-2005.

Atividades de Magistério:

Professor de Ensino Médio – Disciplinas: Geografia, Sociologia, Organização Social e Política Brasileira, Moral e Cívica, em instituições do ensino privado, em Fortaleza - Ceará, no período de 1966 a 1971 e no ensino público estadual, na Paraíba, no período de 1972 a 1976.

Professor de diversas disciplinas do Curso de Licenciatura Plena em Geografia na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cajazeiras - Paraíba, período de 1971 a 1976. Principais disciplinas ministradas: Geografia Econômica, Introdução à Geografia, Geografia Urbana, Geografia da População, Geografia dos Transportes, Geografia das Indústrias, Geografia Agrária, Geografia Regional, Geografia do Brasil, Cartografia, Prática de Ensino da Geografia, Sociologia Geral.

Professor de diversas disciplinas dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura Plena em Geografia da Universidade Federal da Paraíba, no período de 1976 a 1994. Principais disciplinas ministradas: Introdução à Geografia, Geografia Urbana, Geografia do Brasil, Geografia da População, Geografia das Indústrias, Climatologia.

Professor Visitante da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, Ceará, contratado para atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e Assessoria Superior. Resolução UVA Nº 04/94. Período 1994-1996.

Participação em Palestras e Seminários:

1975 – Debatedor e Coordenador de Grupo de Estudos no Seminário Participação da Comunidade no Desenvolvimento Regional – Governo da Paraíba – Coordenado pela Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral – SEPLAN, em Convênio com o Núcleo de Assistência Industrial – NAI-PB. Brejo das Freiras, abril de 1975.

1977 – Participante e Debatedor do I Encontro de Política Científica no Nordeste – Perspectivas do Desenvolvimento Regional, organizado pela Pró-Reitoria de Planejamento – PROPLAN – Universidade Federal da Paraíba, outubro de 1977.

1982 – Participante e Debatedor convidado da 3º Reunião de Administradores de Estações Ecológicas da Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, do Governo Federal e Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza – FBCN.

1995 – Participante e Palestrante do V Encontro Regional de Estudos Geográficos realizado pela Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB - Seção de Fortaleza e Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Trabalho apresentado: Desenvolvimento de C & T, Questão Regional e Desafios Tecnológicos no Nordeste Brasileiro.

1995 – Participante e Palestrante I Encontro de Integração da Zona Norte, realizado pela Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA e Prefeitura Municipal de Sobral - Ceará, junho de 1995. Palestra: A respeito da idéia de Parque Tecnológico para o Pólo Industrial de Sobral.

1996. Participante e Palestrante do II Seminário de Ensino de Geografia e História do Estado do Ceará - Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, Sobral - Ceará, 1996. Trabalho apresentado: Às Vezes Tem Boi na Linha da Questão Cidade-Campo.

1996 – Participante e Palestrante no I Encontro de Ensino de Geografia e História no Ceará, realizado em Sobral – Ceará pela Associação dos Geógrafos Brasileiros - AGB e Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Palestra: Universidade, Sociedade e Ensino de Geografia.

1997 – Palestrante e Debatedor no I Seminário de Transportes Urbanos de Sobral, realizado pela Prefeitura Municipal de Sobral – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – Sobral - Ceará, maio de 1997. Palestra: O Brasil descobre os transportes alternativos.

2002 – Participante e Debatedor nos eventos da IV Semana de Turismo do IESP, realizada de 25 a 27 de setembro de 2002.

2003 – Participante e Palestrante no Seminário Turismo e Meio Ambiente realizado pela Coordenação do Curso de Turismo do Instituto de Educação da Paraíba – IESP. Palestra: Potencialidades turísticas de João Pessoa e litoral paraibano. João Pessoa, maio de 2003.

2007 – Participante e Palestrante no I Seminário dos Alunos do Curso de Geografia da UVA na Paraíba. Palestra: O Ensino da UVA no Contexto Atual da Educação. João Pessoa, outubro de 2007.

Dirigente Universitário - Funções exercidas:

1986-1988- Pró-Reitor de Administração da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, designado pelo Reitor José Jackson Carneiro de Carvalho.

1988 – Designado por ato do Reitor José Jackson Carneiro de Carvalho para responder pela Reitoria nos impedimentos e ausências do Reitor da Universidade Federal da Paraíba – Portaria R/DP Nº 766/88 - João Pessoa – Paraíba.

1994-1996 - Pró-Reitor de Administração da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Sobral – Ceará, designado pelo Reitor Prof. José Teodoro Soares.

1979-1981 - Diretor do Centro de Ciências Exatas e da Natureza - CCEN - Universidade Federal da Paraíba, designado pelo Reitor Lynaldo Cavalcante de Albuquerque – (Primeiro mandato).

1981-1985 - Diretor do Centro de Ciências Exatas e da Natureza - CCEN - Universidade Federal da Paraíba, nomeado pelo Ministro de Estado da Educação e Cultura, Prof. Eduardo Portella – (Segundo mandato).

1985-1986 - Prefeito da Prefeitura Universitária da Universidade Federal da Paraíba – UFPB, designado pelo Reitor, Prof. José Jackson Carneiro de Carvalho.

1988-1989 - Diretor da Editora Universitária - Universidade Federal da Paraíba-UFPB, designado pelo Reitor, Prof. Antonio de Sousa Sobrinho.

1978-1979 – Chefe do Departamento de Geociências – Centro de Ciências Exatas e da Natureza - CCEN - Universidade Federal da Paraíba – UFPB, designado pelo Reitor Lynaldo Cavalcante de Albuquerque.

1973-1975 – Chefe do Departamento de Ciências Exatas e Sociais da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras - Fundação de Ensino Superior de Cajazeiras – Paraíba, designado pelo Diretor Cônego Luiz Gualberto de Andrade.

1995-1997 - Diretor da Casa da Geografia de Sobral – Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Sobral – Ceará, designado pelo Reitor José Teodoro Soares.

1996-1997 - Coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Local da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA – Sobral – Ceará, designado pelo Reitor José Teodoro Soares.

1999 – Sub-Coordenador do Programa UVA-IESP para a Formação de Professores, na Paraíba, designado pelo Reitor da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, Prof. José Teodoro Soares. Portaria R/UVA 068/1999.

2000-2001- Coordenador de Recursos Humanos do Instituto de Educação Superior da Paraíba – IESP – João Pessoa - Paraíba.

2002 - Diretor Acadêmico do Instituto de Educação Superior da Paraíba – IESP a convite do Diretor-Presidente, José Jackson Carneiro de Carvalho. João Pessoa - Paraíba.

2002-2010 – Diretor Administrativo da Universidade Aberta Vida – UNAVIDA – João Pessoa – Paraíba, a convite do Diretor-Presidente, Prof. Antonio Colaço Martins.

Outros cargos e funções técnicas exercidas:

1973-1975 - Secretário de Administração e Planejamento da Prefeitura Municipal de Cajazeiras – Paraíba, a convite do Prefeito, Advogado Antonio Quirino de Moura.

1975-1976 - Integrante do Grupo Técnico de Estudos de Regionalização da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral do Governo da Paraíba, a convite do Coordenador da Coordenação de Desenvolvimento Local – CODEL, Prof. José Zélio Marques e do Secretário Estadual de Planejamento e Coordenação Geral, Economista Francisco Sales Cartaxo Rolim.

2004-2007 - Avaliador Institucional junto ao Ministério da Educação.

Participação em Conselhos, Comissões e Bancas Examinadoras:

1973-1975 – Membro Permanente da Comissão dos Concursos Vestibulares da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cajazeiras – Paraíba.

1976 – Membro da Comissão de Implantação do Núcleo de Informação e Documentação Histórica Regional – NDHIR, designado pelo Reitor da Universidade Federal da Paraíba, Prof. Lynaldo Cavalcante de Albuquerque.

1977-1978 - Membro do Conselho do Plano Institucional de Capacitação Docente PICD – Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

1979-1985 – Membro da Comissão de Verificação de Provas do Vestibular da Universidade Federal da Paraíba – Setor Geografia, coordenada pela Comissão Permanente do Vestibular – COPERVE, a convite do Coordenador Geral, Prof. Francisco Xavier Sobrinho.

1979-1985 - Membro-Conselheiro do Conselho Universitário – CONSUNI - Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

1979-1985 - Presidente do Conselho de Centro do Centro de Ciências Exatas e da Natureza – CCEN. Universidade Federal da Paraíba - UFPB.

1986-1988 - Membro-Conselheiro do Conselho Universitário – CONSUNI, da Universidade Federal da Paraíba – UFPB.

1994-1998 - Membro-Conselheiro do Conselho Universitário da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA – Sobral - Ceará.

1988-1989 - Presidente do Conselho Editorial da Editora da Universidade Federal da Paraíba – UFPB.

1994-2000 - Membro do Conselho Editorial da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA – Sobral - Ceará.

1997-1998 - Representante-Adjunto da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA no Conselho de Desenvolvimento Ambiental de Sobral – Prefeitura Municipal de Sobral - Ceará.

1974-1975 – Chefe do Departamento de Ciências Exatas e Sociais da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cajazeiras - Paraíba.

12/1994 /03/1995 /08/1995 /12/1995 – Presidente da Comissão Executiva Organizadora do Concurso Público para a contratação de Professores de Ensino Superior da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, Sobral - Ceará.

03/2005 /03/2006 e 04/2006 – Membro da Banca Examinadora - Setor de Estudos Geografia, no Processo Seletivo para a contratação de Professores da Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, Sobral - Ceará.

João Pessoa, julho de 2010.
Prof. Modesto Siebra Coelho


Instituto Histórico e Geográfico Paraibano – IHGP

Posse do Sócio Efetivo Modesto Siebra Coelho
João Pessoa-PB, dezembro de 2010.



Humberto Fonsêca de Lucena
(Sócio Efetivo do IHGP)

Saudação a Modesto Siebra Coelho

Sr. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, Joaquim Osterne Carneiro; demais autoridades; minhas senhoras, meus senhores;

Caro Modesto,

Por razão da amizade que nos une, não poderia recusar sua intimação para introduzi-lo, hoje, nesta Casa, falando em nome dos consócios.

O Instituto Histórico e Geográfico Paraibano sente-se alegre para recepcioná-lo como um dos nossos, na qualidade de sócio-efetivo, condição que lhe foi conferida pela grande maioria de seus membros, graças aos seus indiscutíveis méritos intelectuais. Você chega para ocupar a Cadeira nº 06, que tem como patrono Aníbal Victor de Lima e Moura, cadeira esta vaga com o falecimento de Beatriz Ribeiro da Silva, sua última ocupante.

Minhas senhoras, meus senhores,

É rica e extensa a trajetória profissional de Modesto Siebra Coelho. Traz ele, para nos ajudar, uma bagagem de primeira qualidade, resultado de sua atividade de geógrafo, professor, pesquisador, dirigente universitário, homem bem lido e bem corrido, como diz a expressão popular.

Não pretendo enveredar por uma avaliação minuciosa de seus trabalhos, ou fazer-lhe uma longa biografia acadêmica. O que farei é, tão somente, apresentá-lo de corpo inteiro, íntegro, perfeitamente harmonizado com o seu tempo, e como pessoa humana, que ele é com toda grandeza. E o farei encurtando os caminhos do longo percurso de suas múltiplas atividades.

A incorporação do Professor Modesto ao nosso convívio é um momento da mais alta significação para o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Não há em nosso quadro de sócios efetivos nenhum outro geógrafo com formação acadêmica. Por curiosidade, fui pesquisar nos livros de anotações da Casa e no Memorial do IHGP a presença de geógrafos entre os patronos e antigos sócios efetivos, ao longo dos 105 anos de existência da Instituição. São curiosos os dados que encontrei: apenas três nomes tinham formação em geografia. O primeiro é o Patrono da Cadeira nº 40, Luciano Jacques de Morais, nascido em Minas Gerais, em 1898, formado como engenheiro e geógrafo pela Escola Nacional de Minas e Metalurgia, de Ouro Preto-MG, tendo deixado várias obras no campo de sua especialidade. O segundo é o paraibano de Areia, Aurélio de Albuquerque, desembargador, falecido em 1981. Tendo desistido do curso de Odontologia, formou-se em Direito, pela Faculdade de Recife. Posteriormente, graduou-se em Geografia e História, pela antiga FAFI, de nossa capital.

Por último, um nome muito conhecido, recentemente falecido, José Rafael de Menezes. Tinha curso de Licenciatura e Bacharelado em Geografia e História pela Faculdade de Filosofia Manuel da Nóbrega. Era também formado em Direito pela Faculdade do Recife.

Esse reduzido número de geógrafos não significa dizer que o IHGP não tenha tido outros profissionais que tenham nos deixado uma grande contribuição aos assuntos relacionados à geografia.

Depois dessa digressão, um pouco da biografia e da trajetória profissional do novo sócio.

Modesto Siebra Coelho nasceu no Sítio Contendas, localidade do município de Itapipoca, Ceará, em 15 de junho de 1944. Modesto é o segundo dos nove filhos de Vicente Siebra Moura e Ana Maria Coelho de Moura.

Seu pai foi pequeno agropecuarista, funcionário público e atuante líder local. Homem de múltiplas atividades, Seu Vicente ajudou a criar e presidiu a primeira Cooperativa Agropecuária de Itapipoca e participou de várias associações religiosas e entidades sociais, quase sempre como dirigente, entre elas a Congregação Mariana da Paróquia de Itapipoca, a Associação Pró-Idosos de Itapipoca, o Círculo de Trabalhadores Cristãos e o Sindicato de Trabalhadores Rurais daquela cidade cearense.

Sua mãe, Dona Ana Siebra, segundo depoimento do próprio filho, era a sombra do marido. Seguia-o em tudo, apoiava-o incondicionalmente, às vezes sacrificando a própria identidade.

Modesto viveu até os cinco anos de idade, bem próximo à casa-grande dos avós paternos, na pequena propriedade pertencente ao clã Siebra. Teve os próprios pais como preceptores de suas primeiras letras. Foi alfabetizado por eles que, como voluntários, mantinham uma escolinha noturna gratuita, em sua própria casa, onde alfabetizavam pequenas turmas de jovens e adultos da redondeza.

Alfabetizado, com a família já vivendo entre a cidade e o campo, Modesto foi estudar no Grupo Escolar Anastácio Braga, de Itapipoca. Ficaria aí apenas dois anos. O pai, profundamente religioso, encaminhou-o para o Pré-Seminário Cura d´Ars, daquela mesma cidade.

Em 1958, aos 13 anos de idade, foi encaminhado para o Seminário Arquidiocesano de Fortaleza. Em 1962, foi transferido para o Seminário Diocesano de Sobral, onde permaneceu durante dois anos. Em 1964, retornou ao Seminário de Fortaleza, ficando até o início do Curso de Filosofia, em 1966, quando surgiram as inquietações vocacionais no jovem seminarista. Nessa época, o mundo dos anos 60 já sofria grandes transformações. No campo religioso, os primeiros reflexos das diretrizes emanadas do Concílio Vaticano II prenunciavam as grandes mudanças por que passaria a Igreja Católica. As angústias, as inquietações e as crises de vocação tomaram todo o Clero nos anos vindouros. Neste cenário inicial de agitações renovadoras vamos encontrar Modesto deixando o Seminário. Sua saída se deu em clima de compreensão após sucessivas conversas nas tradicionais sessões de orientação espiritual. Foi nessas conversas que decidiu pela Geografia, curso que concluiu em 1970 (Licenciatura) e em 1971 (Bacharelado), na Universidade Federal do Ceará.

Enquanto fazia a Universidade teve que conciliar estudo e trabalho. Foi ser repórter investigativo em um jornal de Fortaleza (O Nordeste). Sua carreira foi curta. Após a segunda reportagem foi parar no DOPS. É que o jovem jornalista denunciara em ampla reportagem a morte de crianças em bairro de Fortaleza, decorrente do uso de leite contaminado fornecido por uma empresa pasteurizadora de leite, que acabara de ser instalada naquela capital.

O delegado e o jornal optaram pela indústria de leite pasteurizado e Modesto foi ser professor em cursinhos, ensinando português, literatura, sociologia e geografia.

Vida profissional

Logo que concluiu o curso universitário, em 1971, a Geografia o trouxe à Paraíba como professor do Curso de Licenciatura Plena em Geografia da Faculdade de Filosofia de Cajazeiras, onde permaneceu até 1976. Três meses depois de sua chegada à Paraíba, casou-se com a cearense Maria Wanderly Oliveira Siebra Coelho, formada em História, mas atuando profissionalmente em Planejamento Institucional e Consultoria, área em que possui pós-graduações. O casal tem dois filhos: Andrea Oliveira Siebra Coelho Vinet, casada, residente em Ottawa, Canadá, mestre em lingüística, professora de Língua Francesa, com uma filhinha, Julie, xodó dos avós. O outro filho, Marcos Oliveira Siebra Coelho é médico, fazendo residência no sul do país.

Entre 1973 e 1975, atendendo convite do prefeito municipal, sem deixar as atividades acadêmicas, Modesto foi Secretário de Administração e Planejamento da Prefeitura de Cajazeiras. É nessa época que esteve no Rio de Janeiro fazendo Curso de Especialização em Planejamento Urbano e Metodologia de Projetos pelo Ministério do Planejamento, na Escola Nacional de Serviços Urbanos.

Em meio às múltiplas atividades que sempre acumulou, ou em razão das quais teve que se dividir, em 1976 vamos encontrar Modesto como integrante do grupo técnico da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral do Governo da Paraíba, a convite do professor José Zélio Marques e do Secretário de Planejamento Francisco Sales Cartaxo Rolim.

Ainda em 1976, fez concurso para professor do Departamento de Geociências da UFPB, onde permaneceu até se aposentar. Em 1977, fez Curso de Elaboração de Projetos e Metodologia de Pesquisa, na Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro. Em 1989 e 1990, fez mestrado na Universidade de Paris III, Sorbonne Nouvelle, recebendo o Diploma de Estudos Aprofundados, ocasião em que defendeu a dissertação intitulada O Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia no Nordeste Brasileiro: O caso do Pólo Tecnológico de Campina Grande.

A aposentadoria do professor Modesto ocorreu em 1994, pegando-o ainda disposto para o trabalho. O caminho profissional por ele percorrido, com várias experiências no campo do planejamento, e os estudos que realizou durante a trajetória acadêmica, lhe valeram convites para trabalhar em outras Universidades. Um desses convites muito lhe agradava. Há tempos o reitor José Teodoro Soares, da Universidade Estadual Vale do Acaraú, UVA, seu amigo desde os tempos de Seminário, lhe acenava para trabalhar ao seu lado, em Sobral-CE, sede daquela Instituição.

Modesto não pensou muito. Mesmo tendo corrido o mundo e vivido em reinos mais complexos, não esquecera o Ceará e suas origens; ainda preservava suas crenças e ainda se preocupava com as questões relativas à terra natal. Sabia que, como administrador e dirigente universitário operoso e realizador, poderia dar sua contribuição à educação no reino de sua infância e adolescência, o Ceará. E foi para lá que voltou. Por seis anos se dividiu entre a Paraíba e o Ceará, pois continuou morando aqui.

O dirigente universitário

Tão logo ingressou no ensino superior o professor Modesto Siebra Coelho, por seu dinamismo e capacidade de liderança, foi atraído para cargos de direção. Na Faculdade de Filosofia de Cajazeiras, foi Chefe do Departamento de Ciências Exatas e Sociais. Na Universidade Federal da Paraíba, foi Chefe do Departamento de Geociências, Diretor do Centro de Ciências Exatas e da Natureza, por seis anos, durante os reitorados de Linaldo Cavalcanti de Albuquerque, Milton de Figueiredo Paiva e Berilo Ramos Borba; Prefeito Universitário e Pró-Reitor de Administração, no reitorado de José Jackson de Carvalho; foi também Diretor da Editora Universitária, nomeado pelo reitor Antonio de Sousa Sobrinho.

Depois da aposentadoria, já no Ceará, foi nomeado Pró-Reitor de Administração da Universidade Estadual Vale do Acaraú, UVA, em Sobral, acumulando com as funções de Diretor da Casa da Geografia de Sobral e Coordenador do Núcleo de Desenvolvimento Local da UVA. Em 1999, voltou à Paraíba para coordenar o programa UVA-IESP para formação de professores, nesta capital. Em 2000, foi Coordenador de Recursos Humanos do Instituto de Educação Superior da Paraíba - IESP, e, posteriormente, Diretor Acadêmico da mesma Instituição.

A partir de 2002, até os dias atuais é Diretor Administrativo da Universidade Aberta Vida – UNAVIDA, nesta capital.

Pesquisa e produção acadêmica

Mesmo atuando em várias frentes, Modesto sempre arranjou tempo e espaço para realizar trabalhos de pesquisa, desde os tempos de Cajazeiras, quando fez um levantamento das condições físicas e sócio-econômicas daquele município, trabalho este que fez parte do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Cajazeiras.

Na UFPB, foi pesquisador e Coordenador Geral do Projeto Geografia e Ecologia da Paraíba. Uma pesquisa associada com professores do Departamento de Geociências da UFPB e o Centro de Geografia Tropical de Bordeaux – França. Os resultados dessa importante pesquisa foram publicados em Bordeaux, sob o título Geografia e Ecologia da Paraíba, em 1980, o Volume I, com 374 páginas, e em 1984, o Volume II, com 588 páginas. Esse trabalho consta do acervo do IHGP.

Outro importante trabalho de que participou foi o Projeto Delimitação e Regionalização do Brasil Semi-Árido, pesquisa conjunta das Universidades Federais da Paraíba, Ceará, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Piauí, sob a coordenação da SUDENE e CNPq, trabalho publicado em três volumes, com 521 páginas.

Além de capítulos publicados em livros coletivos, o Professor Modesto Siebra é autor de dezenas de trabalhos de interesse da Ciência Geográfica e da Geografia da Paraíba publicados em revistas especializadas e jornais.

Não poderia faltar na relação de suas obras dois livros que julgo primaciais para o estudo de nossos problemas urbanos: um deles intitulado A Nova Onda no Transporte Urbano – Mototaxi – Edições UVA, Sobral – Ceará, 1997; o outro, De Sobral ao Global – Um Percurso pela Questão Urbana, Edições UVA, Sobral – Ceará,- 2000. Neste último livro, em estilo crítico e irreverente, o autor mergulha por temas que estão presentes no cotidiano das populações urbanas dos mais diferentes lugares e cujo encaixe mais direto é endereçado à geografia e sociologia urbanas, segundo observa Francisco José Loiola Rodrigues, da Academia de Ciências Sociais do Ceará. Embora centrado em Sobral, o livro universaliza a visão dos inúmeros aspectos em que se detém.

Meus confrades, é este o cearense Modesto Siebra Coelho, com Título de Cidadão Paraibano outorgado pela Assembléia Legislativa da Paraíba, em 2006, que eu conheço e me propus a lhes apresentar.

A sua admissão neste Instituto assegura-nos a convicção de que esta Casa encontrará no seu esforço e no seu espírito de colaboração a participação que normalmente esperamos dos que vêm bater a nossa porta. Não podemos prescindir dessa colaboração porque ela consubstancia a vida da instituição.

Não podemos esquecer que vivemos um momento de transição e renovação - nunca, em tão pouco tempo, perdemos tantos companheiros – por isso mesmo, uma oportunidade propícia para uma reavaliação crítica de nossa atuação. Precisamos de mudanças, não nos fins a que se propõe o Instituto, fins que já estão estabelecidos nos estatutos e que constituem uma tradição, e sim nos meios, nos mecanismos, para que nossa Instituição possa continuar atendendo às suas finalidades. Para estas mudanças se faz necessário buscar na sociedade pessoas capazes que, identificadas com o mundo atual, possam contribuir para este fim compartilhando valores e realizações para o alcance de objetivos comuns.

Esperamos que ao brilhantismo da sua posse não nos falte o compromisso de uma maior integração que se tornará mais profícua na medida da sua dedicação.

Seja bem-vindo, pois, meu caríssimo amigo Modesto Siebra Coelho a esta Casa de gloriosas tradições que abrigou, e abriga alguns dos mais destacados cultores de nossa memória. No esforço e na boa vontade daqueles que se incorporam a nós reside a esperança maior de que a Casa de Irineu Pinto permanecerá fiel aos seus nobres fins.


Modesto Siebra Coelho
(Posse no IHGP: 10 de dezembro de 2010)


Discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano – IHGP
Modesto Siebra Coelho,
Geógrafo/ Professor / Pesquisador/ Dirigente Universitário
(Sócio Efetivo – Cadeira nº 06)

As minhas melhores saudações:

- Aos ilustres Presidente e Vice-Presidente do IHGP, historiadores Joaquim Osterne Carneiro e Humberto Fonseca de Lucena, através dos quais saúdo a todas as autoridades à Mesa Diretora desta Sessão Solene (....)

- Ao amigo Antonio Quirino de Moura, ex-prefeito de Cajazeiras e ex-Deputado Estadual, através de quem saúdo a todos os colegas ex-Secretários da Prefeitura Municipal de Cajazeiras e ex-professores da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Cajazeiras, onde trabalhei (...)

- Aos amigos ex-Reitores e Reitores de Universidades aqui presentes (...)

- Aos amigos e ex-colegas Pró-Reitores, Diretores e Chefes de Departamento da UFPB (...)

- Aos amigos e ex-colegas de trabalho do Colégio Estadual de Cajazeiras e Colégio Diocesano Padre Rolim de Cajazeiras, onde trabalhei (...)

- Aos amigos e colegas de trabalho do Programa Universidade Aberta Vida - UNAVIDA e Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, onde ocupo cargo de Diretor há 10 anos (...)

- Aos Confrades e Confreiras do IHGP que me concederam a unanimidade dos seus votos, em eleição realizada em 14 de agosto de 2010

- Aos funcionários do IHGP que com imensa simpatia e dedicação, desde o primeiro minuto, me acolheram nesta Casa, em todos os meus trânsitos de candidato (...)

- Aos Senhores convidados e Senhoras convidadas

- À minha esposa, historiadora e professora Maria Wanderly Oliveira Siebra Coelho; aos meus filhos Marcos Oliveira Siebra Coelho e Andrea Oliveira Siebra Coelho Vinet; minha netinha Julie Siebra Vinet e meu genro Philippe Jean Vinet, ausentes em razão dos seus encargos profissionais, em São Paulo e no Canadá, onde se encontram.

Você vê coisas e diz: por que? Eu sonho coisas que nunca existiram e digo: por que não?
George Bernard Shaw
(1856-1950)

Considerações iniciais

Por algum tempo, nem sei bem porque, resisti à idéia de concorrer a uma Cadeira neste IHGP, apesar do estímulo de alguns de seus membros. Mas, a certa hora, percebi que haveria boa aceitação à presença de um geógrafo na instituição. Vi-me em campanha e aqui estou apresentando o discurso de posse. Inicio fazendo alusão ao que escreveu Raquel de Queiroz em crônica denominada Mineiros, incluída no seu livro “100 Crônicas Escolhidas” (1). A sempre afável Raquel, em lapso de fina ironia e áspera crítica, escreveu que “mil mineiros não causam o incômodo de dez cearenses”.

Como o mais paraibano dos cearenses, pois há 39 anos, em companhia de Wanderly Siebra, escolhi a Paraíba para viver e trabalhar e como berço de meus filhos, espero nada reeditar que os leve a dar abrigo às imprecações de Raquel, atiradas em desfavor de conterrâneos, de forma jocosa, é sabido.

Por conseguinte, nesta tarde especial, farei meu melhor para evitar que um cearense, sozinho, possa incomodar a mais de uma centena de paraibanos que honram esta solenidade com sua presença. Procedo de arraial sertanejo, nutriram-me usos e costumes interioranos, sou refém da força telúrica que vincula o homem ao seu torrão, cantarei para sempre e em todo lugar as minhas raízes itapipoquenses, mas tenho repetido ao curso de décadas vividas aqui que o Ceará me faz alguma falta, mas, com certeza, a Paraíba me basta. Viver na Paraíba jamais me expos qualquer tipo de conflito.

Ademais, arredondando um pouco os critérios de estudo, posso afirmar que as semelhanças entre as mesmas regiões geográficas e culturais locais, no Nordeste, são tão próximas que se alguém “cair” em lugar ermo de seus sertões, litorais ou serras, dificilmente distinguirá o que é Ceará ou Paraíba, Pernambuco ou Alagoas. E devemos nos advertir de que, no mundo contemporâneo, a distância geográfica foi radicalmente alterada pelas novas tecnologias de comunicação.

Desta forma, quando por alguma razão me açoita a nostalgia, ou me surge necessidade ingente, em segundos, com o uso de ferramentas de Internet (e-mails, redes sociais de relacionamento, google earth), posso me por em contato com os meus, ou até “sobrevoar”, em percurso fenomenal e imagens 3D, a minha Itapipoca, a longilínea Rua Vicente Siebra Moura, uma homenagem ao meu saudoso pai, e até as veredas e monólitos encontradiços no Sitio Contendas, onde nasci e vivi até a idade escolar.

Tenho afirmado em muitas ocasiões que a Paraíba é o meu lugar. Sou cidadão paraibano por opção e por lei estadual. Esta terra é meu shangri-lá, meu lugar bom de viver, comparável àquele das montanhas do Himalaia, do imaginário do ficcionista inglês James Hilton, descrito em Horizonte Perdido (1925) e que ganhou versão em português pela Abril Cultural, em 1980 (2). Meus filhos aqui nasceram e se orgulham de sua terra. Wanderly se afeiçoou de tal forma à Paraíba e sua gente amável, que jamais se imaginou em outro lugar, mesmo que esse seja o seu Ceará. Somos da “cidade dos três climas”, como é conhecida Itapipoca (3). Ela, da borda litorânea do município e eu, do sopé da Uruburetama, na zona de contato entre o sertão e a serra úmida, paragens cearense que o agrônomo Joaquim Carneiro conhece como a palma da mão.

Senhoras e Senhores, Confrades e Confreiras, feita esta confissão de amor à terra que me acolheu e onde desenvolvi quase toda a minha trajetória profissional e acadêmica, estou certo de que sereis como os mineiros de Raquel e sabereis mitigar incômodos que o discurso de oito laudas, deste cearense, possa lhes causar, nesta tarde de muito calor.

Isto posto, quero externar que experimento momento de rara felicidade por estar sendo recebido como sócio efetivo desta proficiente instituição cultural e sócio-acadêmica. Dez de dezembro, de hoje em diante, se converte em data histórica para mim. Muito me honra ocupar a Cadeira nº 06, cuja fundadora foi a historiadora Beatriz Ribeiro da Silva, e cujo patrono é Aníbal Victor de Lima e Moura, preclaro mestre de gerações e gerações de paraibanos, até os anos 60 do século passado.

Cabe aqui contextualizar alguns aspectos que assinalam a evolução histórica brasileira ao tempo em que estes eméritos sócios ingressam neste Instituto: vivia-se o pós primeira grande Guerra Mundial, questionava-se o modelo agrário exportador, intensificava-se a industrialização, novas camadas urbanas se incorporavam às lutas sociais e políticas, as elites intelectuais estavam irrequietas, a Semana de Arte Moderna já se consolidara como movimento cultural e artístico revolucionário, a Revolução de 30 começava a imprimir suas marcas. Os tempos começam realmente a mudar, mas eram ainda muito carrancudos.

Assim, vejo o ingresso de Beatriz Ribeiro no IHGP, na metade dos anos 30, aos 21 anos de idade, como um feito especial (4). Fundado em 1905, e com sistema de organização que ainda não era o que se conhece hoje, o IHGP só veio a instaurar o patronato da Cadeira nº 06, em 1946, constituindo o professor Aníbal Moura como seu patrono dez anos depois da investidura de Beatriz Ribeiro como fundadora e ocupante. Outra particularidade que desperta curiosidade é o fato de que Beatriz Ribeiro, além de fundadora da cadeira, foi sua única ocupante, em período que se estende de 1936 a 2010, quando, na forma regimental, a Cadeira é declarada vaga.

A formação humanística baseada na cultura clássica trilhada nos Seminários Católicos onde estudei e nos quais um certo culto às letras e artes ocupava papel importante àquela época, cedo me atiraram à admiração de agremiações culturais que só nos era dado conhecer por livros e revistas, ou por comentários de alguns mestres diferenciados. A vida das sociedades culturais, institutos e academias, próximos ou distantes, antigos ou contemporâneos, povoava nosso imaginário de jovens estudantes e era assunto de acaloradas discussões no ambiente dos internatos que acolhiam os da minha geração. No Seminário da Prainha, em Fortaleza, tínhamos Academia, cujo funcionamento reproduzia a ABL, obviamente, que sem o chá das cinco. Tínhamos grêmio literário, corais líricos, jornais murais, apresentávamos peças de teatro, escrevíamos crônicas e poesias. Cultivávamos a boa leitura e éramos orientados à formação do hábito de escrever. Jamais esqueci o meu primeiro artigo publicado no jornal Correio da Semana, de Sobral-CE, em abril de 1963, quando ainda era adolescente. Vivo que está, ainda hoje cultuo e consulto Oswaldo Chaves, padre e mestre de português e grego, que me transmitiu o prazer pela leitura e a escrita.

Bons tempos aqueles! Éramos estudantes em tempo integral, privilegiados! Ainda não éramos “homens de letras”, mas, ouso dizer que já nos considerávamos “meninos de letras”. Quem da nossa geração, bem ou mal, não ensaiou os primeiros escritos no ambiente dos internatos?

Talvez até tenha, inconscientemente, me preparado para um dia fazer parte de instituição deste jaez. Levei a vida estudando, pesquisando e sempre publicando alguma coisa, como relatou o apresentador, o fraterno companheiro de embates memoráveis na gestão do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Paraíba. Quero continuar fazendo isto! Por conseguinte, não é estranho, que os ares da Casa de Irineu Pinto tenham me atraído em definitivo.

Sobre a ocupante da Cadeira nº 06 – Beatriz Ribeiro da Silva


Beatriz Ribeiro (foto), nascida a 30 de junho de 1915, na cidade da Parahyba e a quem, nesta ocasião, tributo as melhores homenagens, iniciou carreira literária muito cedo. Aos 17 anos, já publicava os primeiros artigos no jornal A União, iniciando com o discurso de Oradora dos Concluintes da Escola Normal, ano de 1932, que lhe coube proferir. Sempre sob a forma de pequenos artigos, publicou também em outros veículos da imprensa escrita da capital, entre os quais a Revista Illustração, o Annuário da Parahyba e o Jornal A Imprensa.

Em 23 de agosto de 1936, ingressa no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, tomando posse conjuntamente com Horácio de Almeida, Braz Baracuhy, Padre Francisco Lima e Olivina Olívia Carneiro da Cunha, todos figuras que alcançaram notoriedade nas letras, na cultura, nos estudos históricos e na educação, com destaque maior para o historiador Horácio de Almeida e o beletrista e cultor do português e do latim, Cônego Francisco Lima, que os consócios Humberto Melo e Natércia Suassuna e os ex-seminaristas, aqui presentes, Berilo Borba, Luís Andrade, Antonio Sobrinho, Paulo Andriola, Zélio Marques, Rui Dantas, José Jackson Carneiro, José Leopoldo Souza, Damião Ramos, tiveram como professor. Presidia o IHGP, o Dr. José d’Ávila Lins, tio do historiador Guilherme d’Ávila Lins, também, aqui presente. Beatriz Ribeiro falou de improviso.

A jovem historiadora Beatriz Ribeiro tem um início fulgurante. Nos primeiros cinco anos, após a formatura, publica inúmeros artigos, de conteúdos diversos, sempre críticos, polêmicos e atuais. Mas, por motivos jamais esclarecidos, recolhe-se, afastando-se do IHGP e da convivência social por toda a vida.

Vejamos o que se relata no livro Memorial do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, edição comemorativa dos 90 anos de fundação – 1905/1995, página 33: “com problemas de saúde e sem condições de manter em atividade sua vida cultural e literária, Beatriz Ribeiro decidiu renunciar à condição de sócia do IHGP, dizendo que: “a vaga será preenchida com certeza por um dos que, fora do instituto, se distingue nas realizações e esforços pelos ideais comuns, em harmonia com os já integram seu quadro social, de merecido renome”. Apoiados, certamente, na omissão do Estatuto da instituição (5), obstaram-lhe a renúncia, os presidentes Clóvis dos Santos Lima (1943-1953 e 1956-1962) e Rosilda Cartaxo (1983-1986), e ela foi mantida no quadro social até a declaração de vacância da cadeira, recentemente.

A época em que se afastou, coincide com um período histórico no qual as mulheres, em todo o mundo, começam a se destacar por posições de vanguarda, erguidas em favor da luta pela valorização feminina. Entre tantas, devo citar as nordestinas Anayde Beiriz (João Pessoa (PB), 18 de fevereiro de 1905 - Recife (PE), 22 de outubro de 1930), Analice Caldas (Alagoa Nova (PB), 30 de outubro de 1891 - Lagoa Seca (MG), 15 de fevereiro de 1945) e Nísia Floresta (Parapari (RN), hoje Nísia Floresta, 12 de outubro de 1810 — Ruão, França, 24 de abril de 1885); a paulista Bertha Lutz (São Paulo, 1894 - Rio de Janeiro, 1976) e a mineira Maria Lacerda de Moura (Manhuaçu (MG), 16 de maio de 1887 - Rio de Janeiro, 20 de março de 1945); as portuguesas Ana de Castro Osório (Mangualde, Portugal, 18 de Junho de 1872 — Setúbal, 23 de março de 1935) e Adelaide Damas Cabete (Alcáçovas, Portugal, 25 de Janeiro de 1867 — Lisboa, 14 de setembro de 1935), e tantas outras precursoras dos movimentos de valorização da condição feminina que, uma geração depois, despontaria com outra tintura e outra fundamentação, através do ícone francês Simone de Beauvoir (Paris, 9 de janeiro de 1908 — Paris, 14 de abril de 1986); a austríaca Bertha Pappenheim (Viena, 27 de fevereiro de 1859 - Iselberg, Alemanha, 28 de maio de 1936); a norte-americana Betty Friedan (Illinois, 4 de fevereiro de 1921 - Washington, 4 de fevereiro de 2006); a russa Alexandra Kollontai (São Petersburgo, 31 de março de 1872 - Moscou, 9 de março de 1952); a japonesa Itô Noe (Fukuoka, Japão, 1895-1923), e inúmeras outras verdadeiras lendas, mundo afora.

A julgar pela postura crítica, revelada nos temas e escritos abordados, a mim é dado imaginar de que grande contibuição intelectual à causa feminina, na Paraíba, pode ter sido perdida com a deserção de Beatriz Ribeiro. Pelo ardor e empolgação com que, àquela altura, tratava literariamente alguns assuntos, e pela militância que começava a desempenhar junto à atuante Associação Paraibana pelo Progresso Feminino, transmitia a certeza de que cumpriria papel de destaque em relação a essa causa, ao curso de sua vida.

Beatriz Ribeiro ocupou a Cadeira nº 06, até 16 de junho de 2010, apesar do seu decesso ter ocorrido a 30 de março de 2004. O IHGP só veio a tomar conhecimento oficial de seu falecimento, em maio de 2010, quando o cuidadoso pesquisador Adauto Ramos concluiu investigação sobre sua vida. Assim, 74 anos depois, tomo posse na Cadeira nº 06 deste IHGP centenário, como seu segundo ocupante. - Posso ou não pensar também em vida longa?

Entre os principais veículos e títulos encontrados com a especial colaboração do historiador Adauto Ramos, destacamos:

Artigos publicados no jornal A União:

1. Discurso da Oradora dos Concluintes da Escola Normal, ano de 1932 – Jornal A União, edição de 27-29 de novembro de 1932; 2. Uma Assembléia Agitada, jornal A União, edição de 17 de setembro de 1933; 3. A Mania do Gerôncio, jornal A União, edição de 01 de outubro de 1933; 4. Uma história chinesa de amor - Jornal A União, edição de 12 de novembro de 1933; 5. A lenda das estrelas, jornal A União, edição de 26 de novembro de 1933; 6. Murmurações, jornal A União, edição de 04 de março de 1934; 7. Uma história banal, edição de 04 de março de 1934; 8. Uma aventura original, edição de 31 de maio de 1934; 9. Sobre a Associação Paraibana pelo Progresso Feminino, edição de 19 de junho de 1934; 10. Palavras do coração, edição de 22 de julho de 1934; 11. Discurso de Posse no IHGP, jornal A União, edição de 25 de agosto de 1936.

Artigos publicados na Revista Illustração:

1. Semana de Penitência, Ano I, Nº 2, João Pessoa, em 30 de abril de 1935; 2. Moleque de Rua, Ano I, Nº 4, em 30 de maio de 1935; 3. Destino, Ano I, Nº 11, em 30 de setembro de 1935; 4. Burocracia - Ano I, Nº 16, em 15 de dezembro de 1935; 5. Mamãe Parahyba - Ano I, Nº 17, em 30 de dezembro de 1935.

Neste mesmo veículo, foram também publicados os artigos intitulados: 1. Nossa Senhora das Vaidades; 2. Pensamento Vagabundo; 3. João Batista; 4. Rabiscos; 5. Saudando “Illustração”; 6. Razões estomacais, cujas datas de publicação ainda não foram identificadas.

Em 1935, publicou no Annuário da Parahyba, Segundo Ano, p. 35-36, o artigo intitulado: Optimismo, Realidade etc, etc. Através do jornal A Imprensa, divulgou o artigo denominado: Departamento de Sericicultura, em edição de 18 de julho de 1933. O Departamento de Sericicultura da Secretaria Estadual de Agricultura de então, seria a instituição da qual Beatriz Ribeiro foi funcionária.

Sobre o Patrono da Cadeira nº 06 – Aníbal Victor de Lima Moura


Aníbal Victor de Lima Moura (foto) bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife. Foi professor do Liceu Paraibano, das Faculdades de Direito, Ciências Econômicas e de Filosofia, Membro do Conselho Educação da Paraíba, Chefe do Departamento de História e Geografia da Faculdade de Filosofia e Letras, dentre outras destacadas funções.

Não foi a produção literária que transformou o patrono da Cadeira nº 06 em um notável do tempo em que viveu (1895-1963). Obra publicada, ele deixou apenas uma: As Lutas de Classe em Roma (6), tese com a qual prestou concurso para professor catedrático do Lyceu Paraibano. Esta obra foi publicada pelo jornal A Imprensa, em 1934, e relançada em 1995, em edição comemorativa do seu centenário de nascimento, por sugestão do Conselho Cultura, logo acatada pela Secretaria Estadual de Educação e Cultura. Por prerrogativa do cargo de Secretário de Educação, era presidente do Conselho de Cultura o professor Iveraldo Lucena da Costa. A coordenação da nova edição coube ao historiador e acadêmico José Octávio de Arruda Mello. Nada mais importante que este reconhecimento tenha partido de ilustres ex-alunos do professor Aníbal Moura.

A notoriedade alcançada pelo insigne mestre não provém somente do que escreveu. Está fundamentada no conjunto de qualidades humanas que reunia e o distinguiam como grande estudioso, humanista dos mais reconhecidos, docente por excelência e pedagogo ímpar. Iveraldo Lucena, na apresentação dessa edição comemorativa, nos pergunta: “qual homenagem maior se pode prestar a um homem se não proclamar que ele continua lembrado por suas idéias, seu trabalho e seus exemplos” (7).

O estudo As Lutas de Classe em Roma se caracteriza como um mergulho na tessitura social e política dos elementos que contribuíram para o apogeu e declínio da Roma antiga. O autor se debruça, instrumentado em aligeirada tonalidade dialética, sobre a história das lutas de classes nessa cidade-estado, à busca da explicação de suas origens, papéis, antagonismos, confrontos, conquista de igualdade de direitos, não deixando de explorar a contribuição de vetores como: guerras, crenças religiosas, poder econômico, hegemonia política e outros.

A propósito do livro As Lutas de Classe em Roma e do cidadão Aníbal Moura, recomendo a leitura da edição comemorativa que, além dessa obra, reúne estudos realizados por eminentes nomes deste IHGP: A Vida funcional de Aníbal Moura, de autoria de Hélio Zenaide; Aníbal Moura – No centenário de um tipo inesquecível, de José Octávio de Arruda Mello e Agradecendo uma homenagem, de Cláudio Santa Cruz Costa.

Estes trabalhos são riquíssimos e de atraente leitura, mas destaco o de José Octávio como magistral. José Octávio, aluno de Aníbal Moura em várias ocasiões, no Lyceu Paraibano e na Universidade, demonstra e contextualiza em demorado estudo que classifico como de cunho psico-sócio-historiográfico, um profundo conhecimento de traços da alma, caráter, personalidade e capacidade de trabalho de Aníbal Moura, revelando que por trás do homem simples estava o humanista consistente, o docente por excelência e uma figura humana ao mesmo tempo severa e doce.

É certo que o patrono e a ocupante da Cadeira nº 06 não deixaram produção literária vasta, mas foram ambos referências humanas, profissionais, intelectuais e culturais marcantes e de elevado conceito em seu meio, à época em que atuaram.

A Geografia que me trouxe ao IHGP

É a que resulta do meu trabalho como geógrafo e como professor de diversas disciplinas desse curso. Minha produção intelectual já foi generosamente abordada pelo fraterno amigo, historiador Humberto Fonseca e está relacionada na plaquete que pretendo distribuir. Aduziria, no entanto, que em grandes linhas, essa contribuição está situada nos seguintes domínios: 1. domínio do aprofundamento do conhecimento espacial (paraibano), visando ao planejamento e desenvolvimento; 2: domínio dos estudos urbanos e regionais; 3: domínio do desenvolvimento científico e tecnológico; 4: domínio das relações universidade & sociedade.

À parte trabalhos realizados no âmbito de projetos institucionais de pesquisa, com freqüência, tenho direcionado meus objetos de estudo para as questões urbanas, do cotidiano e aparentemente banais, das quais são exemplos principais: A nova onda no transporte urbano (8); A cidade recortada; Às vezes tem boi na linha da questão cidade-campo; Traços de rurbanização na Meruoca (9).

Tenho dado preferência à abordagem de questões da geografia humana, mais voltadas para o que está em curso, como resultado das relações homem-meio-natureza, como se meu mais importante instrumento metodológico fosse uma câmera fotográfica, um flash, uma cena e não um arquivo estático, uma película inteira, ou um cenário, sempre na perspectiva de captar o cotidiano e de mostrar que qualquer assunto pode se transformar em objeto de estudo, desde que a ele se dê tratamento científico consistente. Na verdade, “não há objeto nobre, nem objeto indigno da ciência”, como afirma Franz Boas (10). E, ademais, penso que o geógrafo deve cada vez mais estar convencido de que ao observar a cidade tem que, inevitavelmente, olhá-la segundo o espírito repassado por Ítalo Calvino (11), no qual esta “deixa de ser um conceito geográfico para se tornar o símbolo complexo e inesgotável da existência humana”, portanto aberto aos mais diferentes enfoques e interpretações.

Senhoras e Senhores, Confrades e Confreiras, feito este longo arrazoado, quero ressalvar que estou me sentindo em situação bastante confortável com relação à Cadeira nº 06, em decorrência de curiosidades que observei. - Primeiro, parece que tudo o que se refere à Cadeira nº 06 soa longevo. O Professor Aníbal Moura, só em vida, exerceu um patronato de 37 anos, de 1946 a 1983, ano do seu falecimento. Beatriz Ribeiro ocupou-a por 74 anos, de 1936 a 2010. Certamente, poderei também pensar em vida longa! - Segundo, a Cadeira 06 tem em professores uma referência singular. Foi professor de carreira, o insigne Dr. Aníbal Moura. Beatriz Ribeiro da Silva formou-se professora pela Escola Normal da capital - Terceiro, nasci em junho como Beatriz Ribeiro, sou Moura como Aníbal, filho que sou de Vicente Siebra Moura. E por último, como o patrono, este novel ocupante da Cadeira nº 06 gosta que o chamem professor – professor Modesto Siebra, que é como se tornou conhecido.

Agradecimentos

Senhoras e Senhores, Confrades e Confreiras, com esta investidura, sem dúvida, realizo um sonho e um desejo pessoal. Penhoradamente, agradeço aos sócios que por anos estimularam minha candidatura: o ex-presidente Humberto Fonseca de Lucena, o historiador e acadêmico José Octávio de Arruda Mello, o pesquisador e atual presidente, Joaquim Osterne Carneiro. Sem o estímulo convincente destes admirados estudiosos, certamente, eu não teria dado o primeiro passo.

Quero expressar, também, preito de reconhecida gratidão aos sócios que me possibilitaram o passo seguinte, sendo, generosamente, signatários do requerimento de encaminhamento de minha candidatura, os historiadores: Itapuan Bôtto Targino, Carlos Alberto de Azevedo, Daniel Duarte Pereira, Nivalson Fernandes de Miranda, Ernando Luís Teixeira de Carvalho e José Octávio de Arruda Melo.

Por oportuno, quero igualmente agradecer aos sócios efetivos que, para a materialização desta admissão, me introduziram à Casa de Irineu Pinto, Ricardo Bezerra, Auxiliadora Borba e Itapuan Bôtto. E, por último, mas de forma não menos intensa, quero prestar profundo agradecimento a todos os sócios que, sufragando meu nome em recente eleição, trouxeram-me ao seu convívio.

Diante do exposto, não obstante as minhas limitações, quero dizer que tudo farei para dignificar e engrandecer a instituição à qual acabo de me consociar. Tenho a exata noção de que instituições como o IHGP se constroem no tempo pelas obras de seus integrantes, pelo respeito à sua imagem pública e crescem em razão de atitudes sociais e culturais definidas, mesmo que divergentes. Sei que instituições como o IHGP ao qual passei a pertencer têm fundamentos, projeto de futuro, freqüência habitual, sócios convergentes em torno de si e produção acadêmica.

E aqui cabe até um juramento: estarei sempre zelando pela qualidade e forma integral de minha participação nesta Casa. Este é o meu discurso de posse. Muito obrigado!

Notas:

(1) Veja o livro “100 Crônicas Escolhidas”, de Raquel de Queiroz, editado pela José Olímpio Editora, Rio de Janeiro, 2006, p. 105, 8ª Edição.

(2) Veja o livro Horizonte Perdido, de James Hilton (1925), publicado pela Abril Cultural - São Paulo (1980).

(3) O município de Itapipoca, situado no norte do Ceará, tem seu território formado por três zonas fisiográficas diferentes: litoral, serras úmidas e sertão. Cada uma dessas zonas apresenta características ambientas e climáticas que se diferenciam levemente, daí a denominação vulgarizada de “cidade dos três climas”.

(4) Observa-se que, ao longo de sua história, o IHGP tem atuado de forma politicamente correta. A participação de mulheres como “sócio efetivo” é significativa e tem ocorrido desde os primeiros anos de sua criação. Atualmente, (dezembro de 2010) das atuais 50 cadeiras, 13 são ocupadas por mulheres. De acordo com dados reunidos por Balila Palmeira, as primeiras mulheres a Ingressarem no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano como sócias efetivas, foram: Eudésia de Carvalho Vieira Jardim (1894-1981), médica, ocupou a cadeira nº 04, como patrono. Seu ingresso no IHGP ocorreu em 3 de maio de 1922; Alice de Azevedo Monteiro e Analice Caldas (1891-1945), professoras, tomaram posse no dia 19 de julho de 1936; Beatriz Ribeiro da Silva (1915-1974), professora, e Olivina Olivia Carneiro da Cunha (1892-1977), (filha do Barão de Abiahy, que dá nome à Rua deste Instituto), professora, tomaram posse no IHGP em 23 de agosto de 1936.

(5) Como o estatuto do IHGP nada prevê sobre “renúncia”, certamente, os presidentes se valeram dessa omissão para não aceitar a desistência de Beatriz Ribeiro.

(6) O livro As Lutas de Classe em Roma, de Aníbal Victor de Lima e Moura, foi publicado pelo jornal A Imprensa, em 1934 e relançado em edição especial pelo Conselho Estadual de Cultura, em novembro de 1995, sob a Coordenação de José Octávio de Arruda Mello e Aníbal Victor de Lima e Moura Filho. Essa edição é completada pelos seguintes trabalhos: A Vida funcional de Aníbal Moura, de autoria de Hélio Zenaide; Aníbal Moura – No centenário de um tipo inesquecível, de José Octávio de Arruda Mello; e Agradecendo uma homenagem, de Cláudio Santa Cruz Costa.

(7) Veja Apresentação do livro “As Lutas de Classe em Roma”, de Aníbal Victor de Lima e Moura, edição comemorativa do Centenário de Nascimento, p. 9-10.

(8) A Nova no Transporte Urbano - Mototáxi, Edições UVA, 144 p., 1997, Sobral (CE) é o primeiro livro publicado por Modesto Siebra Coelho, geógrafo, professor universitário e pesquisador, com o apoio da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA.

(9) A Cidade Recortada (conjuntos de artigos); Às vezes tem boi na linha da questão cidade-campo; Traços de Rurbanização na Meruoca são trabalhos que fazem parte do livro De Sobral ao Global - Um percurso pela questão urbana, publicado por Modesto Siebra Coelho, em julho de 2000, pelas Edições UVA, da Universidade Estadual Vale do Acaraú, Sobral, Ceará.

(10) Franz Boas, físico que depois migrou para a antropologia cultural. Nasceu em Minden, na Alemanha, em 9 de julho de 1858 e morreu em Nova Iorque em 21 de dezembro de 1942.

(11) O escritor Ítalo Calvino nasceu em 1923, em Cuba, onde seus pais, cientistas italianos, estavam em viagem. Morreu, em 1985, como um dos mais consagrados escritores italianos. “As Cidades Invisíveis” é um dos seus livros mais conhecidos.

João Pessoa (PB), 10 dezembro de 2010.



ANÍBAL MOURA

PATRONO DA CADEIRA 06

ANÍBAL Victor de Lima e MOURA nasceu no dia 22 de outubro de 1893, na cidade de Guarabira, Paraíba. Era filho do casal Francisco Claudino de Lima e Moura e D. Antônia Baptista de Lima e Moura. Era casado com a professora Severina Almeida de Lima e Moura, tendo nascido dessa união os filhos Maria Ivone, Maria Idalba, Maria do Céu, Francisco Hugo, Aníbal Filho e Arthur Hermano. Faleceu aos 67 anos, no dia 12 de janeiro de 1963.

Por influência do seu pai, que era médico e queria vê-lo como o seu sucessor nessa carreira, mesmo sem vocação, matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia, desistindo logo no início assim que começou a presenciar o dissecamento dos primeiros cadáveres. Voltou à Paraíba e, logo depois, seguiu para o Recife a fim de matricular-se na Faculdade de Direito, de onde saiu bacharel em 1931. Não seguiu, porém, a carreira jurídica. A sua vocação era o magistério, profissão a que se dedicou até morrer. Conforme depoimento de sua filha Maria Idalba Santa Cruz “ele gostava de ser chamado de o professor Aníbal Moura e morreu pobre como todo professor”.

Os alunos que desejavam ingressar no Liceu Paraibano procuravam o curso preparatório que o professor Aníbal Moura mantinha em sua residência, que logo se tornou conhecido pela eficiência demonstrada através da aprovação dos seus discípulos.

Em 1934, passou a ser professor do Liceu Paraibano, aprovado em concurso público. Lecionava a disciplina História da Civilização.

Em 1935, fundou em Tambiá, juntamente com o seu cunhado, o Colégio Carneiro Leão que, devido à evasão de alunos para o Liceu, deixou de funcionar em 1939. Sendo considerado ateu, sofreu fortes pressões religiosas, tendo esse fato contribuído bastante para o fechamento daquele colégio.

Foi professor de Matemática da Academia do Comércio “Epitácio Pessoa” e professor fundador da Universidade Federal da Paraíba. Lecionou na Faculdade de Ciências Econômicas as seguintes disciplinas: Complementos de Matemática, Economia Política, Valor e Formação de Preços, Instituições de Direito Público e Filosofia do Direito; na Faculdade de Filosofia lecionou História Moderna e Contemporânea, História da Antiguidade e Idade Média; na Faculdade de Direito, ensinou Teoria Geral do Estado.

Ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano em 28 de julho de 1946.

Sua tese As Lutas de Classe em Roma foi publicada pela A Imprensa, em 1934, sendo lançada uma edição especial pelo Conselho Estadual de Cultura, em novembro de 1995.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Dados biográficos fornecidos por Dª. Maria Idalba Santa Cruz, filha do biografado.

Arquivo do IHGP.


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