Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

Lúcia de Fátima Guerra Ferreira

Cadeira Nº 31 do IHGP

Lúcia de Fátima Guerra Ferreira nasceu na cidade de João Pessoa, Paraíba, em 2 de dezembro de 1955; filha de Afranio Montenegro Guerra e Dalva Albuquerque Guerra. É casada com Carmélio Reynaldo Ferreira, de cuja união tem os filhos Rafael e Lorena e a neta Marina.

Fez seu curso primário no Colégio Nossa de Lourdes e na Escola Modelo do Estado; o curso ginasial no Colégio Afonso Pereira e no Colégio Estadual de Cruz das Armas; e o clássico no Colégio Estadual do ABC.

Graduou-se em Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal da Paraíba (1975-1977); mestrado em História do Brasil na Universidade Federal de Pernambuco (1979-1982); especialização em Cultura Afro-brasileira na UFPB (1988); e doutorado em História Social na Universidade de São Paulo (1990-1994).

Da adolescência até concluir o curso de graduação fez parte de grupos de teatro, o que a fez iniciar a sua vida profissional como professora de Educação Artística no Colégio Polivalente Presidente Emílio Garratazu Médici, em 1976, hoje Escola Cidadã Integral Técnica Presidente João Goulart. No mesmo colégio lecionou Educação Moral e Cívica, OSPB, História Geral e do Brasil. Em 1980, foi transferida para a Escola Estadual Professora Úrsula Lianza lecionando História Geral, do Brasil e da Paraíba.

Em 1985, por concurso, passou a ser professora efetiva da UFPB, no Centro de Humanidades, Departamento de Sociologia e Antropologia, Curso de História, Campus de Campina Grande. Em 1987 foi transferida para o Campus de João Pessoa, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de História, onde integrou os Programas de Pós-Graduação em História e em Direitos Humanos, Cidadania e Políticas Públicas.

Além de pesquisadora, foi coordenadora do Núcleo de Documentação e Informação Histórica Regional (NDIHR) e do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos (NCDH). Foi coordenadora e vice- coordenadora de duas edições do Curso de Especialização em Organização de Arquivos; coordenadora de Cursos de Especialização e de Extensão em Educação em Direitos Humanos; coordenadora de Cursos e Programas de Extensão e Pró-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, quando ocupou a presidência do Fórum de Pró-reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras.

Na área de documentação, coordenou e participou da organização de arquivos como da Cúria Metropolitana da Paraíba, que resultou na abertura do Arquivo Eclesiástico da Paraíba, em 1992; do Arquivo Flávio Maroja, do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, integrando o projeto Tradição Cultural da Paraíba: organização e preservação do acervo do IHGP; e foi presidente da Comissão de Avaliação de Documentos da UFPB.

Na área de Direitos Humanos, manteve a interface com documentação e memória, coordenando a organização do arquivo da Delegacia de Ordem Política e Social (DOPS-PB) e o projeto de extensão Compartilhando Memórias, com exposições, debates e gravação de depoimentos de perseguidos políticos. Participou de projeto sobre o Tribunal Russell II, que tratou da repressão da Ditadura Militar no Brasil e América Latina, realizado pelo NCDH, Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e a Fundação Lelio e Lisli Basso, Roma-Itália, cujo acervo digitalizado foi cedido ao Brasil, resultando em pesquisas e publicações.

Fez parte da Comissão Estadual da Verdade e da Preservação da Memória do Estado da Paraíba (CEVPM-PB), instituída em outubro de 2012, e com ação efetiva de março de 2013 a dezembro de 2017.

Aposentou-se da UFPB em 2017, mas continua como colaboradora do NCDH, que mantém parceria com a Fundação Basso em projetos com base no acervo digitalizado do Tribunal Russell II.

Pertence à Associação Nacional de História (ANPUH-PB) e à Rede Brasileira de Pesquisadores de Sítios de Memória e Consciência (Rebrapesc).

A sua dissertação de mestrado e a tese de doutorado resultaram, respectivamente, nos livros: Raízes da indústria da seca: o caso da Paraíba (1993) e Igreja e Romanização: a implantação da Diocese da Paraíba - 1894/1910 (2016).

Entre as obras, em parceria com outros autores, destacam-se: Guia Arquivo Eclesiástico da Paraíba (1992), Inventário do Arquivo Eclesiástico da Paraíba (1992), Guia do Acervo do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (1997), Inventário das séries do Arquivo Flávio Maroja (1997), Direito à memória e à verdade: saberes e práticas docentes (2016) e Catálogo da Série Anistia no Brasil do Arquivo da Fundação Lelio e Lisli Basso (2021).

Como organizadora, em parceria com outros colegas, destacam-se: Arquivos Privados: instrumentos de pesquisa (1996), UFPB 50 Anos (2006), Educação em Direitos Humanos: fundamentos teórico-metodológicos (2007), Direitos Humanos na Educação Superior: subsídios para a Educação em Pedagogia (2010), O ECA nas Escolas: construindo possibilidades de promoção dos direitos de crianças e adolescentes (2013), Justiça de Transição: Direito à justiça, à memória e à verdade (2014), A Formação em Direitos Humanos na Educação Superior no Brasil: Trajetórias, desafios e perspectivas (2014), Educação em Direitos Humanos & Educação para os Direitos Humanos (2014), Ditaduras Militares, Estado de Exceção e Resistência Democrática na América Latina (2016), Relatório Final da CEVPM-PB (2017) e 40 anos da Anistia no Brasil: lições de tempos de lutas e resistências (2021).

Atualmente é Gerente Executiva de Documentação e Arquivo e Presidente da Comissão de Instalação do Memorial da Democracia da Paraíba, ambos da Fundação Casa de José Américo.

Lúcia Guerra ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano em março de 2001, na cadeira no 31, patrono Cândido Firmino Mello Leitão, fundador Laudemiro Leite de Almeida, sendo saudada pelo jornalista e historiador Hélio Nóbrega Zenaide.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Currículo Lattes

Curriculum Vitæ IHGP

GUIMARÃES, Luiz Hugo. História do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Tomo II. João Pessoa, Editora Universitária/UFPB, 2005, 200 p.


Discurso de Posse



PATRONO DA CADEIRA 31

Cândido Firmino MELLO LEITÃO nasceu no dia 7 de julho de 1886 na cidade de Campina Grande, Paraíba, e faleceu no dia 15 de dezembro de 1948; filho do Coronel Cândido Firmino de Mello Leitão e Dª. Jacunda de Mello Leitão.

Iniciou seus estudos em Campina Grande, no Grêmio de Instrução Campinagrandense, tendo sido um dos oradores deste Grêmio, em sua inauguração. Formou-se em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, tendo defendido tese de doutorado apresentando o trabalho intitulado Da Polistease Visceral. Formado, continuou no Rio de Janeiro, colaborando, como interno, na Clínica Propedêutica da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, integrando a equipe do Dr. Miguel Couto. Em 1909, assumiu a função de Inspetor Sanitário da Diretoria Geral da Saúde Pública e passou a dedicar-se à Pediatria, iniciando a publicação de vários trabalhos sobre as doenças infantis. Interessado pela Zoologia, dedicou-se integralmente a esta Ciência e, através de concurso público, ingressou na Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária como professor. Lecionou também na Escola Normal de Niterói e na Escola Normal do Rio de Janeiro

Era membro da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade Entomológica do Brasil e da Sociedade Entomológica da França. Participou, como representante do Brasil, nos Congressos de Ornitologia de Copenhague, em 1926; Congresso Internacional de Zoologia, em Lisboa, 1935; Congresso de Ciências Naturais, na Argentina, 1937. Classificou os Aracnídeos dos Museus: Basiléia, Suíça; Barcelona, Espanha; Buenos Aires e La Plata, Argentina, 1937. Classificou também os Proscopidas dos Museus de Santiago, La Plata e de Buenos Aires. Em revistas americanas e Brotaria, de Portugal, publicou os estudos: A mortalidade infantil no Rio de Janeiro, 1912; Pressão arterial na infância. Escreveu, em colaboração com A. J. Sampaio, professor de Botânica do Museu Nacional, hortos didáticos e sua organização. Em 1924 editou um Compêndio de Botânica.

Mello Leitão foi professor, polígrafo, geógrafo, biogeógrafo, zoogeógrafo, ecologista, zoólogo, sistemata, botânico, sociólogo, conferencista, cultor das Belas Artes, poeta.

Deixou inúmeros trabalhos publicados, sendo os mais conhecidos, além dos já citados: A vida maravilhosa dos animais; A vida na selva; Noções de Biologia geral; O Brasil visto pelos ingleses; Zôo-Geografia do Brasil; Dicionário de Biologia; Esboço crítico das classificações biológicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Revista da Academia Paraibana de Letras, vol. 5, 1949.

XAVIER, Lauro Pires. Discurso de Posse, João Pessoa, 1972.

GUIMARÃES, Luiz Hugo. História do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Tomo II. João Pessoa, Editora Universitária/UFPB, 2005, 200 p.



LAUDIMIRO LEITE DE ALMEIDA

FUNDADOR

LAUDIMIRO LEITE DE ALMEIDA nasceu em São José dos Cordeiros, Paraíba, no dia 20 de julho de 1911 e faleceu em João Pessoa no dia 16 de março de 2000. Era filho de Filomeno Leite de Almeida e Severina Leite de Almeida. Era casado com Dª. Hilda Leite de Almeida, de cujo consórcio deixou os filhos Zélia, Lúcia, Paula, Luiz Carlos, Eduardo e Leonardo.

Laudimiro Almeida iniciou seus estudos primários em sua cidade natal e o secundário no Recife; em 1937, titulou-se como Engenheiro-agrônomo pela Escola Superior de Agricultura “São Bento”, na cidade de Tapera, Pernambuco. Naquela cidade, na fase estudantil, teve destacada atuação no Diretório Acadêmico, sendo orador de várias organizações locais.

Na sua área, Laudimiro sempre teve atividade intensa, ingressando no magistério como professor da Escola de Agronomia de Areia, da qual foi Diretor e exerceu vários cargos ligados ao setor. Também na Faculdade de Ciências Econômicas da UFPB, onde apresentou tese de concurso sobre “Metodologia da Economia e a Economia Regional”, em 1972.

Versado não só em agricultura, mas também em economia, seu currículo ostenta vários cursos de especialização e aperfeiçoamento, destacando-se: Curso de Treinamento em Recursos Econômico-Sociais, na Universidade Rural do km 47, Rio de Janeiro; Curso Internacional de Ciências Agrícolas, La Riconada, Universidade do Chile, Santiago; Curso da CEPAL, como bolsista do BNB, Rio de Janeiro; Curso sobre Economia Regional, Minas Gerais, 1970.

Participou em Ohio State University, de Colombos, Ohio, do Agricultural Economics International Seminar e do Seminário do IBRA/NE, onde apresentou o trabalho intitulado Os Setores Econômicos e a Reforma Agrária.

Entre suas obras publicadas, destacam-se: A Situação da Agropecuária Regional e o Desenvolvimento Econômico, UREMA, Belo Horizonte, 1963, e A Agropecuária e a Transformação da Economia Regional, Gráfica Universitária, João Pessoa, 1986.

Foi premiado (3º lugar) em concurso público realizado entre professores das Universidades do Nordeste, em 1986.

A Revista do IHGP contém vários artigos de cunho histórico e, sobretudo, sobre aspectos da economia nordestina, tema em que era versado e dele se ocupava com grande entusiasmo, defendendo a região sofrida.

Ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano no dia 2 de fevereiro de 1977, tendo recebido a Comenda do Mérito Cultural “José Maria dos Santos”, que o Instituto lhe outorgou.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Curriculum vitæ do associado.

GUIMARÃES, Luiz Hugo. História do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Tomo II. João Pessoa, Editora Universitária/UFPB, 2005, 200 p.




Rodapé

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