CADEIRA Nº. 07

PATRONO: CORIOLANO DE MEDEIROS

FUNDADOR: OCTACÍLIO QUEIROZ

OCUPANTE: GUILHERME D’AVILA LINS

 

CORIOLANO DE MEDEIROS

FUNDADOR

 

João Rodrigues CORIOLANO DE MEDEIROS nasceu no dia 30 de novembro de 1875, no sítio Várzea das Ovelhas, município de Patos, Paraíba. Era filho de Aquilino Coriolano de Medeiros e Joana Maria da Conceição; faleceu em João Pessoa no dia 25 de abril de 1974, em sua residência, à Rua do Sertão, 232.

O ano de 1877 foi castigado pela terrível seca que, frequentemente, assolava os sertões nordestinos, obrigando as famílias mais pobres e abandonarem a região em busca de trabalho em outras plagas. A família de Coriolano não fugiu à regra. Seus pais deixaram o sertão e fixaram-se na capital do Estado. Pouco tempo depois seu pai faleceu, desfazendo o sonho do menino Coriolano que, sentindo a responsabilidade de ajudar a mãe, trocou os estudos pelo trabalho.

Ainda freqüentou o Liceu Paraibano, concluindo os preparatórios em 1891, tendo ingressado na Faculdade de Direito do Recife, freqüentando-a até o 3º ano. A necessidade obrigou-o a procurar emprego. Trabalhou no comércio e, depois, como funcionário dos Correios e Telégrafos, de 1889 a 1900. Em 1905, casou-se com a pianista Eulina Medeiros, retornou ao comércio, a princípio como caixeiro da Tabacaria Peixoto e mais tarde com o seu próprio estabelecimento.

Durante muitos anos Coriolano manteve-se como professor particular, depois foi nomeado Escriturário da Escola de Aprendizes Artífices (Escola Técnica Federal, hoje CEFET), chegando a exercer sua direção, em 1922, aposentando-se nesse cargo.

Sensível às letras e às artes, colaborava nos jornais A Imprensa e o Comércio. Fundou a Academia Paraibana de Letras. Era sócio fundador do Centro Literário Paraibano; membro da Associação dos Homens de Letras (sociedade acadêmica com 30 membros efetivos, criada por sugestão do Presidente Camilo de Holanda); fundador do Gabinete de Estudos de Geografia e História da Paraíba; sócio correspondente dos Institutos Históricos e Geográficos de Sergipe e de São Paulo; membro do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano. Era detentor da Medalha DEODORO DA FONSECA

Professor, poeta, jornalista e romancista, Coriolano de Medeiros está na lista dos fundadores do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, criado a 7 de setembro de 1905, tendo ocupado vários cargos de sua Diretoria, inclusive a Presidência quando foi eleito para o período 1937/38, embora tenha renunciado na metade do mandato.

São de sua autoria: Dicionário Corográfico do Estado da Paraíba, 1944; Do Litoral ao Sertão, 1917; O Tesouro da Cega, 1922; Mestres que se foram, 1925; O Barracão, 1930; Manaíra, 1936; A Evolução Social e a História de Patos, 1941; Sampaio, 1955.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS>

LEITÃO, Deusdedit de Vasconcelos. Coriolano de Medeiros – presença da Paraíba em sua bibliografia, Oficinas Gráficas da Escola Industrial da Paraíba, 1966.

MARTINS, Eduardo. Coriolano de Medeiros – Notícia Bibliográfica, A União, 1975.

NÓBREGA, Humberto. Coriolano de Medeiros – notas para a sua biografia, in Revista do IHGP, vol. 22, 1979.

 

OCTACÍLIO QUEIROZ

FUNDADOR

 

OCTACÍLIO Nóbrega de QUEIROZ nasceu em São José de Espinharas, Paraíba, no dia 31 de agosto de 1913, filho de Bertino Eudócio de Medeiros Queiroz e D. Emerentina Nóbrega de Queiroz. Era casado com D. Dirce Wanderley da Nóbrega. Faleceu aos 85 anos, em Brasília, no dia 28 de setembro de 1998.

Fez o curso primário em Patos, com a professora Maria Nunes de Figueiredo e Dr. Alfredo Lustosa Cabral. Iniciou o curso ginasial no Instituto Ginasial de Patos, transferindo-se depois para o Instituto São José, do professor Anésio Leão. Após concluir o ginasial no Liceu Paraibano, já na capital, em 1935, fez o curso Pré-Jurídico, em 1936, no Ginásio Pernambucano do Recife e bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife. Posteriormente, realizou curso do Conselho Nacional de Economia, no Rio de Janeiro, quando foi aluno do Ministro Mário Henrique Simonsen.

Dedicou-se ao jornalismo e ao magistério. Lecionou em Patos, no Ginásio do professor Anésio Leão e no Liceu Paraibano, em João Pessoa; foi professor de Literatura Brasileira na Faculdade de Filosofia da Universidade Estadual da Paraíba; professor titular de Introdução à Economia Política; Diretor do Departamento Cultural da UFPB, na gestão do Reitor Mário Moacyr Porto. Atuou como crítico literário e analista de problemas sócio-econômicos do Nordeste, especialmente da Paraíba.

Como jornalista, foi redator do Diário de Pernambuco, de 1936 a 1940; colaborou nos jornais O Norte, Correio da Paraíba (João Pessoa); Jornal do Comércio (Recife); Correio da Manhã (Rio de Janeiro); Correio Braziliense e Jornal de Brasília (Distrito Federal); dirigiu por duas vezes o jornal A União, órgão oficial do Estado; repórter dos Diários Associados; correspondente da United Press, durante a II Guerra Mundial; repórter da primeira e a mais ampla reportagem sobre o ouro nos sertões da Paraíba, publicado no Diário de Pernambuco, em 1939. Quando estudante, Octacílio Queiroz fundou e dirigiu O Reflexo, jornal estudantil, no Liceu e colaborou na revista Luta, também no Liceu Paraibano.

Na política, Octacílio Queiroz também teve uma atuação profícua e brilhante, tanto na área estadual como na federal. Foi eleito Deputado Federal em duas legislaturas, participando da Constituinte de 1947; apresentou os projetos da criação dos municípios de Malta e de São José de Espinharas. De 1975 a 1983, atuou como Deputado Federal, tendo participação ativa como Vice-Presidente da Comissão de Ciências e Tecnologia; integrou, como membro, a Delegação Parlamentar da Câmara dos Deputados à União Soviética, em 1981, e à República Popular da China, em 1982. Participou, ainda, de outras atividades parlamentares, incluindo viagens a Europa, Japão, China e Índia.

Preocupado com os problemas que sempre afligiram o Nordeste, o deputado Octacílio Queiroz  destacou-se na Câmara Federal pelos seus pronunciamentos, suas propostas e pelos projetos apresentados em favor dessa região. Tinha como objetivo solucionar o problema das estiagens e lutava para que o homem do sertão usufruísse, da melhor maneira, dos recursos hídricos e das terras localizadas na bacia do Rio Espinharas; queria o desenvolvimento dos pequenos municípios e defendia os Direitos Humanos. Deve-se a este parlamentar  a instalação do Tribunal Regional do Trabalho na Paraíba. Foi membro titular da CPI da SUDENE.

Octacílio de Queiroz era sócio honorário da Associação dos Servidores do Estado da Paraíba – ASPEP; Professor Emérito da Universidade Federal da Paraíba; membro da Ordem dos Advogados – Seção da Paraíba; membro da Associação Paraibana de Imprensa.

Ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano em 28 de maio de 1944, sendo saudado pela professora Olivina Olívia Carneiro da Cunha.

São de sua autoria: O Eclipse Solar de 1940 e Ouro nos Sertões da Paraíba, reportagens, 1939; Cardeal Mindsenty e o espírito anti-religioso, discurso; O Homem Gordo de Tauá, biografia de José Rodrigues de Carvalho, premiado pela UFPB; prefácio do livro Dez Anos no Amazonas, do professor Alfredo Lustoza Cabral. Publicou artigos literários sobre  Carlos  Dias Fernandes, Celso Mariz, Alírio Wanderley, Eduardo Martins, entre outros. Entre suas publicações parlamentares destacam-se Nordeste e Energia Solar; De um e outros Juizes; Weber e a Política Nacional; Voz em Plenário; Nomes, Política e Debates; Falando pelo Povo; Código de Águas e outros dizeres; A Federação e outros temas.

Na Revista do Instituto publicou importantes trabalhos, salientando-se: O Arauto do grande Rei, Revista 11; em resposta às dúvidas levantadas por Mário Melo e outros autores, publicou Da Paraíba o naturalista Arruda Câmara, Revista 13; História e Etnologia do Meio Nordestino e Em defesa das árvores, Revista 14; Documentos para a História da Paraíba, Revistas 19 e 20; Literatura Nordestina de ontem, Revista 25;  O Semi-árido em pulsações euclidianas,  Revista 26; e  Chateaubriand – Político no interior da Paraíba, Revista 29.  

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Curriculum vitæ elaborado pelo associado.

Arquivo do IHGP.