ORAÇÃO AO PADRE ZÉ
Enquanto se discute a beatificação do Padre Zé, trazemos para o conhecimento dos nossos leitores a oração deste candidato a santo esperancense:
Oração ao Padre Zé
Padre Zé, vós que levastes uma vida de verdadeira doação, que sofrestes os maiores sacrifícios, para implantar a caridade e aliviar os sofrimentos dos desamparados, que olhastes, tanto para os vossos irmãos, esquecendo-vos muitas vezes de vós, continuai a zelar e interceder por vossos filhos junto ao Pai Todo Poderoso e a Virgem Santíssima.
Cremos que a caridade vos salvou e vos conduziu a um lugar seguro no céu, pedi portanto a Santíssima Trindade e a Virgem Maria as graças de que necessitamos para enfrentarmos os problemas do dia a dia. Ajudai-nos espiritualmente, já que não é possível trazer-nos uma ajuda material.
Particularmente, pedimos a vossa intercessão junto ao Pai, para que alcancemos a graça que ora desejamos e tanto necessitamos.
Padre José Coutinho, rogai a Deus por nós. [reza-se 3 Pai Nossos, 3 Ave Marias e 3 Glória ao Pai]
O Padre Zé foi um sacerdote dedicado à caridade aos pobres e patrono da assistência social na Paraíba. Nasceu em Esperança, como ele mesmo revelou “em 18 de novembro de 1897, num dia de quinta-feira, às 3 horas da tarde, na primeira casa da Rua do Sertão”. E faleceu no dia 05 de novembro de 1973, exatamente às 12h30, após passar mal quando angariava fundos para suas obras sociais na capital paraibana.
Está sepultado no
Cemitério da Boa
Sentença,
Rau Ferreira
Fonte: NUNES, José. Paraíba – Nomes do Século: Padre Zé Coutinho. Série histórica. Vol. XXVI. A União – Superintendência de Imprensa e Editora. João Pessoa/PB: 2000.
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CARTA DO PADRE ZÉ
Foi o sr. Antonio Barbosa, memorialista de mão cheia que reside em Esperança e possui um museu particular do som e da imagem da cidade, alvo de inúmeras reportagens a esse respeito, que me franqueou uma edição do Jornal da Paraíba em que foi publicada uma carta do Padre Zé.
Está na coluna do Rubens Nóbrega com o título “O exemplo de Padre Zé” a missiva endereçada ao Monsenhor Palmeira, datada de 27 de novembro de 1972.
Entre outras tantas, o
articulista imprime a sua opinião precisa destacando a sua benevolência pelos
pobres da nossa
pequenina Paraíba, a
qual destaco a
frase: “Fazer bem ao próximo era a razão de ser e viver do Padre Zé. E
até por isso foi que ele deixou de comparecer à
festa com que o
povo de
Esperança se preparava
para homenagear o Monsenhor Palmeira no final de
De fato, naquele ano a cidade homenageava o padre Manuel Palmeira da Rocha, que administrou a paróquia de Esperança de 1951 à 1980. Este pároco foi responsável por grande parte do desenvolvimento do nosso município. Em face da relevância histórica desta correspondência, reproduzimos, pois o seu conteúdo:
Carta ao Monsenhor Palmeira João Pessoa, 27 de novembro de 1972.
Caríssimo Colega e Amigo Monsenhor Manoel Palmeira da Rocha
Esperança – Paraíba
PAZ EM JESUS!
Estou contentíssimo porque a minha querida Terra Natal vai homenagear o grande Apóstolo do meu povo e da minha gente, durante tantos anos, da melhor maneira. Tudo que se fizer por você é muito pouco, porque você é extraordinariamente caridoso, falemos em termos mais claros, verdadeiro Santo, que praticou totalmente o Evangelho, passando a vida inteira fazendo o bem. Não fossem meus males físicos e principalmente minha pobreza, eu iria à sua Festa. Mas, só viajo na boléia de uma camionete, com minha cadeira de rodas em cima, com quatro rapazes, que aqui no Instituto São José chamam de motoristas, para não ficar aí no meio da rua, sem poder me locomover para parte alguma.
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PADRE ZÉ: O PAI DA POBREZA
Nascido aos 18 dias do mês de novembro de 1897, filho do casal Júlio da Silva Coutinho e de Eusébia de Carvalho Coutinho, sobrinho de D. Santino Maia da Silva Coutinho, arcebispo de Alagoas, e afilhado do Monsenhor Odilon da Silva Coutinho, Vigário Geral da Arquidiocese da Paraíba e seu maior benfeitor.
Iniciou seus estudos no Colégio Nossa Senhora das Neves, na capital do Estado; fez o curso de Humanidades no Colégio Pio X e o Eclesiástico no Seminário Paraibano. Nesse período (1912 a 1920) participou da fundação do Jornal “O Lábaro” e da orquestra “Regina Pacis”, e criou uma espécie de cooperativa para ajudar os seminaristas pobres. Ordenou-se padre em 23 de março de 1920, na Catedral Metropolitana, e seguiu sua carreira religiosa sendo Capelão da Ordem Terceira, Vigário da Catedral Metropolitana, Capelão do Abrigo Jesus de Nazaré, oficiando também na Igreja de Nossa Senhora das Mercês.
Entre seus maiores feitos estão:
- o início da construção da Igreja de Santa Teresinha, no bairro do Roger; - destacou-se no jornalismo com atuação marcante, chegando a dirigir o órgão católico “A Imprensa” em período difícil da nossa história;
- compôs os hinos de Nossa Senhora das Neves e de Santa Teresinha, e a Novena em homenagem a Nossa Senhora do Carmo, além de diversas valsas, maxixes e dobrados; - apresentou por muitos anos, na Rádio Tabajara AM, o programa “vinte e cinco minutos com o padre Zé”.
Nos últimos anos, já de idade avançada, saia em sua cadeira de rodas para angariar fundos para as suas obras sociais.
Cidadão benemérito de mais de 40 municípios, faleceu no dia 5 de novembro de 1973, e o seu sepultamento foi um dos mais concorridos do nosso Estado.
No ano de 1997 comemorou-se na Capital do Estado o centenário do seu nascimento, com vasta programação, entre elas: sessões solenes na Câmara Municipal de João Pessoa e na Assembléia Legislativa, e a homenagem da Ordem Terceira do Carmo em reconhecimento aos seus quase 30 anos de vida sacerdotal. Na oportunidade, foi lançado no Instituto São José a 2ª Edição do livro “Meu Depoimento Sobre o Padre Zé”, do historiador
Humberto Nóbrega, reeditado pela UFPB.
Rau Ferreira
Fonte:
- COUTINHO, Graça. “100 Anos do Pe. Zé”. Governo do Estado da Paraíba. João Pessoa/PB: 1997.
- CAMINHONEIROS EM NOTÍCIAS, Site. http://www.casadocaminho-embu.org.br/arquivos/jornal/7ed/padre.html, acesso em 06/09/09.
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PADRE ZÉ: ALGUMAS NOTAS
Em nossas pesquisas sobre o Monsenhor José da Silva Coutinho, encontramos as seguintes anotações em um livro: Sobre a sua dedicação aos pobres:
“Nessa opção pelos pobres, a Paraíba teve um êmulo de Ibiapina na figura de Mons. José Coutinho, fundador do Instituto São José. Este mantinha, com as esmolas que padre Zé pedia, o Hospital Padre Zé e a ‘pensão camarada’.
O hospital sempre recebeu os doentes recusados por outros congêneres, seja por falta de recursos para pagar as despesas, seja por se tratar de doenças infecto-contagiosas. Para todos havia sempre um lugarzinho no hospital Padre Zé (...)”.
Padre Zé era músico e regente, além de ser professor de “Canto gregoriano e música”. E mostrou-se um dos maiores beneméritos paraibanos, o pai da ação social nesse Estado.
Rau Ferreira
Fonte:
- DESROCHERS, Georgette. HOONAERT, Eduardo. Padre Ibiapina e a
Igreja dos pobres.
Comisión de
Estudios
de Historia de
- PARAHYBA, Almanach do Estado da. Vol. XIV. Impr. Official. Parahyba do Norte: 1922.
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VISITA DE N. S. DO CARMO À ESPERANÇA
A Paróquia do Bom Conselho iniciava, em 1950, os preparativos para se comemorar o VII Centenário do Escapulário do Carmo. Conta-se que a Virgem Peregrina teve uma rápida passagem por Esperança, quando em visita a Campina Grande, o Monsenhor José da Silva Coutinho, devoto incondicional da Virgem do Carmelo, conseguiu a sua vinda para esta terra.
A Virgem peregrina chegou por volta das 13 horas do dia 11 de setembro, acompanhada pelos reverendos padres Cônego José Coutinho e Padre Cristovam Ribeiro, este último vigário de Campina Grande, e das irmãs carmelitas, sendo aqui recebida por uma enorme multidão de fiéis, associações religiosas, escolares, autoridades etc, calculada em dez mil pessoas.
O vigário da Paróquia fez a saudação às 17 horas na praça da Matriz, com a presença de autoridades locais e classes religiosas, sob a Presidência do Revmo. Frei João Bosco, Presidente da Embaixada e representante provincial dos padres carmelitas. Na oportunidade, usaram da palavra o Dr. Promotor Público, em nome da justiça local; o Secretário da Prefeitura, em nome do edil executivo; além do secretário da Câmara, representando o legislativo mirim. A festividade contou ainda com a presença do Deputado Federal Samuel Vital Duarte, que fez a sua fala para aquela multidão fervorosa.
Durante toda a concentração, o coro da Matriz interpretou vários cantos religiosos. Em seguida, por volta das 20 horas, iniciou-se uma solene romaria pelas ruas da nossa cidade, com preces e cânticos, “e sob a mais intensa vibração da alma católica e mariana da nossa terra”, tendo o revmo. Padre João Bosco concedido a Benção do SS. Sacramento.
No dia seguinte, após a celebração da Santa Missa, houve a visitação ao Cemitério de Nossa Senhora do Carmo, na saída para Areial, acorrendo novamente todo o povo devoto em romaria de prece e sufrágios. O acontecimento ficou consignado no Livro Tombo da Paróquia, onde o vigário da época fez o seguinte registro:
“Esta paróquia teve o especial e honroso
privilégio de receber e hospedar a embaixada cívico-religiosa, que percorre o
país em preparação ao 7º Centenário do Escapulário do Carmo, levando a mensagem
de paz, amor e benção de N. Sra. para todos os cristãos, e, na glorificação da
mãe do Senhor, suplicar-lhe pela nossa pátria amada, a fim de que vença os
inimigos da fé e da humanidade, uma vitória para Cristo e a igreja”.
Ainda segundo o vigário de Esperança à época, este fato mereceu ser mencionado, pois se tratava “de uma imagem histórica, a qual se acha vinculados, desde os seus primórdios, a aparecimentos e a vida desta Cidade, e a formação deste povo. Foi a primeira imagem venerada e entronizada na capela primitiva que aqui se levantou graças à piedade e a generosidade dos antepassados desta terra. Assim referem os mais velhos, que aqui hoje vivem, e que foram os elementos plasmadores de Esperança, naquele tempo a aldeia de Banabuié”.
O ato revestiu-se de grande solenidade e teve o comparecimento de fiéis vindos de toda a Paróquia.
Rau Ferreira
Fonte:
- PARÓQUIA DE ESPERANÇA, Livro Tombo. Vol. I. Esperança/PB: 1908, p.
122/124;
- NÓBREGA, Humberto. Meu depoimento sobre o Padre Zé. Edições UFPB. João
Pessoa/PB: 1986.
- Wikipédia: Nossa Senhora do Carmo, disponível em http://pt.wikipedia.org.
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HINO DE N. S. DO BOM CONSELHO
O Padre José da Silva Coutinho (Padre Zé) destacou-se como sendo o “Pai da pobreza”, em razão de suas obras sociais desenvolvidas na capital paraibana. Mas além de manter o Instituto São José também compunha e cantava. Aprendeu ainda jovem a tocar piano, flauta e violino, e fundou a Orquestra “Regina Pacis”, da qual era regente.
Entre as suas diversas composições encontramos o “Novenário de Nossa Senhora do Carmo” e o “Hino de Nossa Senhora do Bom Conselho”, padroeira de Esperança, cuja letra reproduzimos a seguir.
Rau Ferreira
HINO DE NOSSA SENHORA DO BOM CONSELHO
(Padroeira de Esperança)
VIRGEM MÃE DOS CARMELITAS,
ESCUTAI DA TERRA O BRADO,
DESCEI DE DEUS O PERDÃO,
QUE EXTINGUA A DOR DO PECADO.
DE ESPERANÇA OS OLHOS TERNOS,
FITANDO O CÉU CÔR DE ANIL,
PEDEM VIDA, PEDEM GLÓRIA,
PARA AS GLÓRIAS DO BRASIL!
FLOR DA CANDURA,
MÃE DE JESUS,
TRAZEI-NOS VIDA,
TRAZEI-NOS LUZ;
SOIS MÃE BENDITA,
DESTE TORRÃO;
LUZ DE ESPERANÇA,
TERNO CLARÃO.
MÃE DO CARMO E BOM CONSELHO,
GLÓRIA DA TERRA E DOS CÉUS,
VOSSO NOME É LUZ QUE PASSA
DA IMENSIDADE NOS VÉUS
LIVRO ABERTO PARA O MUNDO,
ENSINANDO A SALVAÇÃO;
ESPERANÇA DE ESPERANÇA,
ANJO DE AMOR E PERDÃO...
PELAS ESTRADAS FLORIDAS,
ONDE PASSASTES, MARIA,
DEIXASTES MARCO DE GLÓRIA,
SACRÁRIO DA PENEDIA.
DAS PLAGAS DE JOÃO PESSOA,
PARA AS PLAGAS DE ESPERANÇA.
DO LITORAL PARA AS SERRAS,
FOSTES LEVAR CONFIANÇA!
ESPERANÇA – A TERRA AMADA,
VIBRA ARROJADA ESTA GLÓRIA,
ESTA TERRA ONDE A ORAÇÃO
É PORVIR LUZ E VITÓRIA.
MÃE DO CARMO E BOM CONSELHO,
LÁ DAS CAMPINAS AZUIS,
SOBRE ESTAS PLAGAS TÃO VERDES
DESCEI O AMOR DE JESUS!...
MÃE DO CARMO, ESCAPULÁRIO
QUE MÃO, VÓS SUSPENDES,
É PAVILHÃO LÁ DOS CÉUS,
QUE SOBRE A TERRA ESTENDEIS!
É PAVILHÃO LÁ SUSPENDES,
É FANAL DE UM POVO ERRANTE,
Ó MÃE CASTA E MÃE GENTIL,
ESPERANÇA DE ESPERANÇA,
E ESTANDARTE DO BRASIL!...
Melodia e letra:
MONSEHOR JOSÉ DA SILVA COUTINHO
Fonte:
- JÚNIOR, Martinho. Historiador. Informações fornecidas em 15/07/2009.
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