ESPERANÇA: NOTAS COROGRÁFICAS
Fizemos algumas anotações corográficas das terras que compunham a antiga
Sesmaria de Banabuyé.
Lembramos que a grafia varia de acordo com a época em que se insere,
podendo variar de Banabuyé, Banabugê, Banabuhe, Banabuié, Banaboié ou Banabuiú,
por exemplo. Algumas datam da própria concessão outras são referidas pelos
historiadores que se seguiram ao seu tempo, como Irineu Joffily (Banabugê) e
João Lira Tavares (Banabuié). De certo que o topônimo guarda relevância
histórica, mas para facilitar o nosso trabalho preferimos a grafia Banabuyé que
nos parece mais condizente
com a linguagem tupi de onde se origina, segundo L. F. Clerot.
Eis as nossas notas:
Banabuyé – Sesmaria
concedida a João da Rocha, revalidada em 1753. Situa-se entre no agreste
paraibano entre as zonas do brejo e curimataú. Fazenda de criação de gado
homônima da parentela dos Oliveira Ledo, pertencente a
Amarinha Pereira de Araújo e seu esposo João da Rocha Pinto. Nas terras que
formavam a antiga sesmaria de Banabuyé, surgiu em 1862 um aglomerado de casas
que seria o marco
inicial do município.
Cabeço – Fazenda de
criar gados que teve origem no espólio de Maria da Penha França e que por
sucessão pertenceu a Francisca Celina Brandão e Francisco de Sales Pessoa.
Lagoa Verde – era uma
Sesmaria pertencente a Matias Soares Taveira no ano de 1725, situada no Sertão
do Paó, antiga denominação que delimitava as terras do litoral e interior.
Lagoa de Pedra –
Sesmaria localizada no Sertão do Paó e concedida em 1713. Era uma fazenda de
criar gados nas proximidades de Esperança e em 1865 fez parte do espólio de
Maria da Penha França. Em 1909 esta propriedade pertencia ao Padre José Antunes
Brandão, que exerceu o paroquiato em Lagoa de Roça por cerca de 50 anos.
Riacho Fundo – fazenda
de criar gados que pertencia igualmente a dona Maria
da Penha França.
Logradouro – fazenda que
em 1865 pertencia ao Major Matias Francisco Fernandes, sogro de Manoel
Rodrigues nosso primeiro prefeito. O Major Matias Fernandes foi grande fomentador
do comércio local, faleceu em 1904.
Mateus Araújo Rocha, em 1713,
estava situado na propriedade Lagoa de Pedra quando solicitou por gleba a
referida Sesmaria que recebeu o n. 107. Estas terras se confrontavam com as de
Domingos da Rocha, de n. 116.
Matias Soares Taveira criava gados
no Sertão do Paó quando requereu duas Sesmarias: a de n. 109 (Lagoa Verde)
limitava com terras de Domingos da Rocha, e a de n. 202 (Forno) fazia fronteira
com os açudes Araçagi e Mamanguape.
O professor Clerot escreve em sua obra Trinta anos de Paraíba que: “...no alto da Borborema, aparece banabuhé,
antigo nome de Esperança”.
No livro “Boa Vista de Sancta Roza: de fazenda a municipalidade”
há uma referência a Sra. AMARINHA PEREIRA DE ARAÚJO, que com seu esposo João da
Rocha Pinto, “estabeleceram-se
Em
Alagoas era a antiga denominação dada
ao atual município de Remígio e pelo que se oberva pertenciam a nossa Banabuyé,
assim como parte das terras de São Tomé (Alagoa Nova).
Com o passar dos anos e as
constantes mudanças geográficas, restou-nos apenas os 165,189 km2 ora existentes. E até onde sabemos Esperança disputa
com Lagoa de Roça o chamado Sitio Riacho Fundo, que também fica nos nossos
limites; fato que ficou mais evidente durante o Censo IBGE 2010.
Rau Ferreira
Fonte:
- SALES, José Borges de. Alagoa Nova: Noticias para sua história. Fortaleza, Gráfica e
Editora. 1990;
- SANTOS, Valter Araújo dos. São Sebastião de Lagoa de Roça: Anotações
para a sua históriaia. Gráfica Fabrício: 2001;
- SERAFIM, Péricles Vitório. Remígio: Brejos e carascais. Editora
Universitária: 1992;
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SOARES,
Francisco de Assis. Boa Vista de Sancta
Roza: de fazenda à municipalidade. Ed. Unigraf, Campina Grande: 2003;
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MEDEIRO,
Tarcízio Dinoá. Freguesia do Cariri
de Fora. São Paulo/SP: 1990;
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Wikipédia: Esperança
(Paraíba) em pt.wikipedia.org;
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Fotos: Esperança de
Ouro, Jailson Andrade.