Rosilda Cartaxo

 

Rosilda Cartaxo é natural de Cajazeiras, Paraíba, nascida a 31 de julho de 1921, filha do casal José Gonçalves Dantas e Maria Cartaxo Dantas, tendo como irmãos Eudes, Nildinha, Mazinha e Marcos Antônio.

Seu nome de registro com a ausência do sobrenome Dantas, do seu pai, é sempre por ela reclamado, pois não se conformava com essa omissão, deixando de vinculá-la a uma tradicional família paraibana. Quase sempre, em seus pronunciamentos, ela se refere a esse fato.

“Seu ”, como era conhecido seu pai, era um daqueles Dantas durões, possuidor de três fazendas onde criou a prole e mais vários sobrinhos. Sofreu as perseguições de 1930, pelo nome e por ser perrepista e as perseguições dos udenistas, ele que fora fundador do PSD em São João do Rio do Peixe, onde morou por muito tempo.

 

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Os primeiros estudos de Rosilda foram ministrados por sua mãe – Dona Mariquinha. Depois, já alfabetizada, freqüentou escolas particulares, tendo como mestras as professoras Adélia de França, Rosa David e Vitória Bezerra.

No dia 20 de novembro de 1941 recebeu o diploma de professora, pela Escola Normal Padre Rolim, em Cajazeiras; no ano seguinte, já lecionava no Grupo Escolar “Joaquim Távora”, no município de São João do Rio do Peixe, onde permaneceu como professora até 1947.

Mais tarde, retornou àquela cidade, muito querida para ela, para ser a Diretora daquele Grupo Escolar onde iniciara sua profissão no magistério. Ali permaneceu até 1955, quando renunciou a Diretoria e se mandou para a Capital do Estado. Em João Pessoa, foi designada para lecionar no Grupo Escolar “José A-mérico de Almeida”.

Jovem dinâmica, impulsiva, metida, estava sempre partici-pando de tudo quanto era movimento. Foi uma das lutadoras pela emancipação da mulher, ao lado de Omezina Azevedo, Hortense Peixe e outras valorosas líderes pelo Progresso Femi-nino. Sua personalidade começou a se impor na área educa-cional. Para aprimorar seus conhecimentos, participou de vários cursos e treinamentos realizados em João Pessoa, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.

Apesar de sua irreverência, ou talvez por isso, participava de um respeitável círculo de amizades entre intelectuais, políti-cos e pessoas da sociedade.

Vinculou-se a várias instituições locais, tendo prestado sua colaboração à Legião Brasileira de Assistência – LBA, com des-tacada participação no Serviço Social; atuou na Universidade Federal da Paraíba, tendo, como Relações Públicas, viajado pela Europa, visitando Portugal, Itália, Paris e Londres, acompanhan-do o Coral Universitário.

Também teve uma atuação especial junto à Campanha de Educação Popular – CEPLAR, onde serviu como responsável pelo Serviço de Administração da primeira Diretoria, em 1962, escapando por milagre do IPM contra os integrantes daquela entidade de cultura popular, instaurado em 1964. Como se recorda, a CEPLAR adotava o método de ensino de Paulo Freire visando a conscientização popular em favor dos Movimentos de Educação de Base.

 

No Instituto Histórico

 

Diante de suas atividades intelectuais, ora fazendo pales-tras, ora escrevendo nos jornais, ora publicando livros, Rosilda Cartaxo naturalmente haveria de ingressar no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, instituição cultural que despertava inte-resse aos intelectuais.

Inicialmente ela esteve prestando serviço no IHGP, colo-cada à disposição do Instituto para reorganizar a Biblioteca, juntamente com a professora Terezinha de Jesus Ramalho Pordeus.

Em 31 de maio de 1975, o presidente do IHGP, Deusdedit Leitão, propôs o nome de Rosilda Cartaxo para ingressar naque-la entidade. Na ocasião, propôs um voto de louvor pelo recente lançamento do livro de Rosilda ESTRADA DAS BOIADAS, que estava obtendo boa repercussão. Na sessão seguinte, a 21 de ju-nho, foi aprovado o parecer de admissão de Rosilda, tendo ela tomado posse em 22 de setembro daquele ano, sendo saudada pelo historiador Wilson Seixas.

Já na sessão de 18 de outubro, Rosilda foi eleita Tesourei-ra do Instituto, em substituição ao historiador Sebastião de Azevedo Bastos, que havia falecido.

Começou aí sua maior integração na instituição, tornando-se freqüentadora assídua das sessões do Instituto.

Em 27 de outubro de 1976, saudou a historiadora Waldice Mendonça Porto por ocasião de sua posse no IHGP. No ano se-guinte foi eleita para o cargo de Relações Públicas do Instituto na Diretoria encabeçada pelo historiador Antônio Victoriano Freire para o mandato 1977/80.

Na Diretoria sob a presidência do ecologista Lauro Pires Xavier (1980/83) Rosilda figurou como 2ª Secretária. Por sua dedicação e empenho durante as sessões do Instituto, seu nome obteve unanimidade para substituir o presidente Lauro Xavier na Diretoria. Assim, na assembléia de 27 de agosto de 1983, Rosil-da Cartaxo foi eleita presidente do IHGP, para exercer o mandato de 1983/86.

Foi talvez a primeira historiadora a exercer um mandato presidencial nos Institutos Históricos do País, fato que foi referi-do pelo historiador Deusdedit de Vasconcelos Leitão por ocasião da posse de Rosilda, a 7 de setembro de 1983.

No seu discurso de posse, Rosilda Cartaxo leu os objetivos principais programados para a sua gestão, destacando-se os se-guintes: maior responsabilidade do IHGP nas comemorações do IV Centenário; manutenção de intercâmbio com as entidades culturais do Estado, nacionais e internacionais, visando acordos e convênios; execução dum calendário cultural 1984/86; firmar convênios com as Prefeituras Municipais para a pesquisa histó-rica dos municípios paraibanos e publicação das respectivas mo-nografias; reexame do convênio com a UFPB para a publicação das Revistas do Instituto; defender a adoção do livro didático para as escolas do 1º e 2º graus escritos por professores paraíba-nos; convocação das lideranças políticas do Senado, Câmara Fe-deral, Assembléia Legislativa e Câmaras Municipais para que, através de subvenção, constituam o orçamento do IHGP; abrir as portas do Instituto para a imprensa falada e escrita.

Começou a movimentar-se, logo solicitando registro do IHGP no Instituto Nacional do Livro, objetivando garantir o re-cebimento das publicações daquela entidade; pediu ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) apoio pa-ra salvar as coleções de jornais e a pinacoteca, através do Proje-to PRÓ-MEMÓRIA; pleiteou junto à Fundação Gulbenkian, de Portugal, apoio para a preservação de documentos manuscritos; pediu ao Prefeito da Capital para fazer a limpeza externa do pré-dio.

Deu particular interesse pela reorganização da Biblioteca, cuja organização ficou a cargo da professora Gloriete Pimentel Rodrigues e da auxiliar Felicidade Lúcio Ribeiro, sob a supervi-são da confreira Terezinha de Jesus Ramalho Pordeus.

Na sua gestão ingressaram no Instituto, como sócios efeti-vos, os seguintes historiadores: Oswaldo Trigueiro do Valle, que foi saudado pelo historiador Humberto Mello e pela historiadora Leda Boechat Rodrigues; Flávio Sátiro Fernandes, saudado por Deusdedit de Vasconcelos Leitão; Diana Soares Galliza, recep-cionada pelo historiador José Pedro Nicodemos; e, Fernando Melo do Nascimento, saudado pelo ecologista Lauro Pires Xa-vier.

Deu destaque às posses, no quadro de sócios correspon-dentes, da professora Glauce Maria Navarro Burity, saudada por Diana Galliza, e do historiador Tarcísio Dinoá Medeiros, que foi saudado por Deusdedit de Vasconcelos Leitão.

Durante seu mandato foram prestadas várias homenagens, merecendo datas significativas para a historiografia paraibana, com destaque para as seguintes:

 

·         Homenagem ao consócio Ernani Sátiro, pelos seus 50 anos de vida pública;

·         Homenagem em memória do Cônego João de Deus, pela passagem do centenário do seu nasci-mento;

·         Comemoração dos 80 anos da instalação do Insti-tuto;

·         Centenário da cidade de Catolé do Rocha, com pa-lestras do prefeito de Catolé, dr. José Otávio Maia, e do deputado Américo Maia;

·         Homenagem ao historiador Lauro Pires Xavier, na passagem dos seus 80 anos de vida;

·         Centenário do nascimento do ex-presidente João Suassuna;

·         Centenário do nascimento do poeta Augusto dos Anjos;

·         Centenário do nascimento do ex-associado Dióge-nes Caldas.

 

O Instituto teve papel saliente nas comemorações do IV Centenário da fundação da Paraíba, tendo seus associados parti-cipado ativamente daquele evento patrocinado pelo Governo do Estado e coordenado pelo sócio José Octávio de Arruda Melo. A Comissão do IV Centenário, em reconhecimento pela contribui-ção do IHGP, concedeu ao Instituto a maior condecoração ou-torgada às instituições culturais, tendo Rosilda Cartaxo recebido das mãos do professor José Alfredo Leite uma medalha de prata. Teve o maior sucesso o Curso de História da Paraíba promovido pelo IHGP, dentro dessas comemorações, que contou com a participação dos historiadores Wilson Seixas, Deusdedit Leitão, Humberto Mello, José Elias Barbosa Borges, José Octávio de Arruda Mello e outros.

Rosilda dirigiu várias sessões de lançamento de livros na sede do IHGP, tais como: ATIVIDADES PARLAMENTARES, de José Fernandes de Lima, apresentado por Deusdedit Leitão; HISTÓRIA DA PARAÍBA EM VERSO, do consócio Luiz Nunes Al-ves, apresentado pelo professor Átila Almeida; HISTÓRIA CONS-TITUCIONAL DA PARAÍBA, de autoria do consócio Flávio Sátiro Fernandes, apresentado pelo historiador José Octávio de Arruda Mello.

No primeiro andar, instalou o Memorial da Revolução de 30, com um acervo constituído de documentos, móveis e retra-tos que pertenciam ao presidente João Pessoa, além de uma bi-bliografia sobre a Revolução; instalou, também, a Sala “Alcides Carneiro” para exposição permanente das condecorações, co-mendas, medalhas e o fardão da Academia Brasileira de Letras pertencentes ao saudoso paraibano.

Algumas sessões serviram para promover debates sobre livros lançados, como o de autoria de João Batista Barbosa, inti-tulado JOÃO SANTA CRUZ: ADVOGADO DO POVO e A REVOLU-ÇÃO ESTATIZADA, de José Octávio de Arruda Mello.

Na sua impetuosidade, Rosilda programou um Encontro dos Institutos Históricos do Nordeste por ocasião das comemo-rações do IV Centenário da fundação da Paraíba. Lamentavel-mente teve que suspendê-lo por falta de recursos para o empre-endimento.

Também, por instâncias do então Cônego Eurivaldo Cal-das Tavares, pleiteou do Papa a elevação da Catedral de Nossa das Neves para a categoria de Basílica Menor, o que não foi pos-sível naquela oportunidade por falta de apoio e interesse do Ar-cebispo D. José Pires. Esse pleito, porém, foi atendido em 1997, na presidência de Luiz Hugo Guimarães, quando a 5 de agosto sua Santidade o Papa consagrou a nova Basílica.

São os seguintes os cargos ocupados por Rosilda Cartaxo, desde seu ingresso no IHGP:

 

1977/80 – 2º Secretário

1980/83 – Relações Públicas

1983/86 – Presidente

1986/89 – Membro da Comissão de História

1989/2001-Membro da Comissão de Admissão de Sócios

 

No decurso do seu mandato, Rosilda conseguiu editar duas Revistas, as de número 23 e 24; a primeira, lançada na sessão de 28.04.84, e a segunda, na data de transmissão do cargo, na ses-são de 06.09.86. As duas revistas foram publicadas pela Editora Universitária, da Universidade Federal da Paraíba. Um esforço elogiável, em face da falta de periodicidade no lançamento das revistas do Instituto.

A Revista n.º 23 contém 33 páginas dedicadas ao cente-nário de Coriolano de Medeiros, sócio fundador do Instituto, com trabalhos de autoria Deusdedit Leitão, José Octávio de Arruda Mello, Higino Brito, Itapuan Bôtto, Ivan Bichara, Eurivaldo Caldas Tavares e Humberto Nóbrega.

A de n.º 24, com 160 páginas, traz várias expressivas com-tribuições dos associados.

 

Colaboração nas Revistas do IHGP

 

Seu desempenho no exercício dos cargos de direção não obstou sua contribuição às revistas do Instituto, como se pode verificar pela relação a seguir:

Revista n.º 24 – AS PRAÇAS DE GUERRA NA PARAÍBA, um ensaio circunstanciado sobre os fortes da Província.

Revista n.º 25 – Saudação à jornalista Fátima Araújo, na data do seu ingresso no IHGP, e o artigo SUBSÍDIOS PARA UM TOMBO, sobre o Instituto de Arqueologia e Antropologia então existente, profligando o descaso pela conservação dos nossos parques ar-queológicos.

Revista n.º 26 – Saudação ao novo sócio Adauto Ramos, no dia de sua posse no Instituto, e o artigo OS GRANDES PARAIBANOS NA HISTÓRIA DO BRASIL, referindo-se a André Vidal de Negrei-ros e Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa.

Revista n.º 27 – AS MULHERES MUSAS DOS ANJOS (Augusto dos Anjos), um levantamento das musas que inspiraram o poeta Augusto dos Anjos.

Revista n.º 28EM CAMPINA GRANDE NÃO SE MORRE, VIRA-SE ESTRELA, homenagem à poetisa Edna Telma Cartaxo Leite.

Revista n.º 29 – CABEDELO FAZ O RENASCER DA HISTÓRIA, vinculando Cabedelo aos primórdios de nossa História.

Revista n.º 30 – DIÁLOGO COM A MATRONA, uma visita senti-mental ao rio Sanhauá e antigo bairro do Varadouro.

Revista n.º 32 – Discurso de apresentação do livro SONHOS DE UM PASSADO, de autoria do escritor Pedro Lins de Oliveira.

Revista n.º 33 – Discurso no lançamento do livro MULHERES DO OESTE, de sua autoria.

 

 

 

Livros publicados

 

Rosilda Cartaxo iniciou sua vida de escritora com o lança-mento do livro ESTRADA DAS BOIADAS, lançado em 1975, em João Pessoa, pela NOPIGRAL, prefaciado pelo historiador Deus-dedit de Vasconcelos Leitão, conterrâneo da autora.

Um livro escrito com amor, diz Deusdedit. Proclama o i-lustre prefaciador que “Rosilda Cartaxo desenvolveu o seu em-saio fundamentando-se na importância histórico-sociológica daquelas vias de comunicação.”

Tendo enviado um exemplar do seu livro ao escritor Luís da Câmara Cascudo, Rosilda recebeu dele a seguinte missiva:

 

ROSILDA CARTAXO, ilustre confrade:

 

Seu livro forte e claro, levou-me a rever a paisagem áspera e linda da ESTRADA DAS BOIADAS, que ficara nos meus o-lhos-meninos. Em 1910 cavalguei de Mossoró a Sousa, vendo minha mãe equilibrando-se no silhão exibindo a longa “mon-taria”, e mesmo viajando em liteira. Duas vezes estive no Bre-jo das Freiras, tendo então a casa para os viajantes e um ran-cho cobrindo a fonte, esgotada depois do banho. Passávamos por S. João do Rio do Peixe, tomando café com o Padre Cirillo e ouvindo o escrivão Formiga declamar versos sertanejos, i-nesquecíveis nos meus 77 anos reais. Quarenta anos depois voltei a Sousa, para despedir-me, vindo de Mossoró em automóvel-de-linha. Onde estavam as figuras poderosas de 1910, os Marís, Nazarés, Sás? O cônego Bernardino? O grande páteo silencioso da Matriz? Fui professor de História meio século. Deduza o encanto do seu livro ressuscitando as tradições ouvidas nas vozes familiares, questões de terra, valentias, crueldades afoitas, festas sonoras, a mancha sangrante de Antônio Silvino, os Dantas feudais, os cantadores invencíveis, os vaqueiros derrubadores, o gado ainda crioulo, entendendo a melopéia dolente do aboio, indecifrável às orelhas dos zebus e cararus indianos, gado de tração, que os dentes brasileiros promoveram às honras de um alimento... Quanta motivação sua vive em mim como uma permanência sentimental... Na HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO NORTE e NOS NOMES DA TERRA fui pesquisador devoto das mesmas sugestões. Muito grato por lembrar-se de mim com seu livro de História, ternura e saudade. Minhas tias consultaram José de Moura. Devo ter ouvido a sonoridade fanhosa e lenta de FÉLIX nas tardes lentas de S. João do Rio do Peixe. Uma boa parte dos meus, dorme no cemitério de Sousa... Não apenas li, mas vivi esta ESTRADA DAS BOIADAS, roteiro dos seus e meus avós. Deus a abençoe.

Grato adm. Câmara Cascudo.

 

Essa missiva de Cascudo vale como uma consagração à autora iniciante.

No mesmo ano, Rosilda lançou uma plaqueta intitulada BARRA DO JUÁ, dedicada a São João do Rio do Peixe que ela tanto idolatra a ponto de ficar enraivecida quando seu nome foi mudado para Antenor Navarro, um dos grandes administradores do Estado. Nesse trabalho avulta a figura do Padre Joaquim Ci-rillo de Sá, grande líder da região.

Em 1981, novamente Rosilda se debruça sobre a terra que-rida, onde passou seus verdes anos, para escrever um trabalho a denominou A VILA EM FESTA, homenagem à passagem do cen-tenário da elevação de vila a cidade.

Em 1989, editado pelo Centro Gráfico do Senado Federal, lançou o livro AS PRIMEIRAS DAMAS, escrevendo sobre as consortes dos administradores paraibanos, incluindo aí figuras do período colonial, como a Viscondessa de Cavalcanti, as Baronesas do Abiaí, de Mamanguape e de Mamoré. No período republicano, ela começa com Dª Mary Sayão Pessoa, esposa do presidente Epitácio Pessoa, seguindo-se com o registro de Joana Batista de Figueiredo Neiva, Amanda Brancante Machado, Veriana da Cunha Nóbrega, Maria Isabel Figueira Machado até chegar a Glauce Maria Navarro Burity.

É um elogio à mulher paraibana que dividiu com o marido a difícil arte de administrar nosso Estado.

MULHERES DO OESTE é seu último livro, publicado no ano 2000, pela Halley S. A. – Gráfica e Editora, de Teresina, Piauí, pertencente ao cajazeirense João Claudino. Esse trabalho de 248 páginas, foi apresentado pelo historiador Marcus Odilon Ribeiro Coutinho, em movimentada sessão ocorrida no auditório do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano. Rosilda destaca as mulheres pertencentes a tradicionais famílias de Cajazeiras, São João do Rio do Peixe e de Sousa, começando por sua mãe, Dª Maria Cartaxo Dantas.

O livro teve repercussão não só naquela zona da região sertaneja, como também em outros Estados para onde emigra-ram os descendentes das valorosas damas do oeste paraibano.

 

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Rosilda Cartaxo recebeu da Câmara Municipal de João Pessoa o título de Cidadão Pessoense; a Academia Paraibana de Poesia conferiu-lhe o título de Honra ao Mérito; o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano outorgou-lhe a Comenda do Mérito Cultural “José Maria dos Santos”.

Ela é sócia fundadora do Instituto Paraibano de Genealo-gia e Heráldica e do Clube do Escritor Paraibano.

 

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Apesar dos seus oitenta anos, Rosilda Cartaxo está sem-pre presente no Instituto, participando das sessões e apresentan-do sugestões. Há dois anos, ela recebeu um troféu por sua pre-sença habitual na sede do IHGP, onde os consócios que a fre-qüentam assinam um livro de presença.

Tem atuação permanente como membro da Comissão de Admissão de Sócios, onde oferece constantes pareceres.

Seu dinamismo contrasta com sua aparência frágil, preo-cupando-se em escrever suas memórias, pois ela tem muito que contar sobre suas peregrinações como pesquisadora pelo nosso Estado afora, uma delas ao lado do engenheiro Leon Clerot.

Na intimidade, sempre ciceroneada por sua irmã Nilda, ela sempre recorda que nos primeiros anos ela foi abraçada e bei-jada por Getúlio Vargas, quando o Presidente esteve inauguran-do obras em Brejo das Feiras, em 1932.

Há poucos dias, Rosilda procurou-me para informar que está juntando seus alfarrábios, documentos, artigos, livros para doar ao Instituto, que lhe tem sido o refúgio de sua vivência nes-ses 80 julhos bem vividos.

 

 

ICONOGRAFIA

 

Rosilda Cartaxo pronunciando seu discurso de posse no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, em 22.09.1975

 

 

Lançamento do livro ESTRADA DAS BOIADAS, Rosilda autografando

 

 

Rosilda Cartaxo, ao lado dos confrades José Fernandes de Lima e Deusdedit Leitão, em visita a Mamanguape

 

 

Rosilda Cartaxo, ao lado do Monsenhor Ruy Barreira Vieira, entrevistando o Coronel Cunha Lima, líder político de Areia

 

 

 

Em 1933, o Presidente Getúlio Vargas visitou a Paraíba, acompanhado dos Ministros José Américo de Almeida e Juarez Távora, para aprovar o plano da cidade termal de Brejo das Freiras. Na ocasião, Rosilda foi abraçada e beijada pelo Presidente. É uma de suas melhores recordações.

 

 

Rosilda Cartaxo no lançamento do seu livro MULHERES DO OESTE  e  discursando numa sessão plenária do Instituto Histórico.