Eurivaldo Caldas Tavares


80 Anos


Eurivaldo Caldas Tavares nasceu na capital da Paraíba a 19 de abril de 1921, na casa º 540 da antiga rua Epitácio Pessoa, em Trincheiras. É filho do Dr. Eurípedes Tavares da Costa e D. Maria das Dores Caldas Tavares, sendo ele o quarto rebento dos seis filhos do casal. Foi batizado na Igreja de N. S. de Lourdes, a 22 de agosto de 1921, data aniversária do seu avô materno, o desembargador Caldas Brandão. O ofício do batismo foi celebrado pelo então padre Pedro Anísio, coadjuvado por Manuel Almeida, tendo como padrinhos dr. Joaquim Gomes Hardman e sua esposa Maria Stela.



Estudos



Fez seus estudos primários no Grupo Escolar “D. Pedro II, concluindo-os no Grupo Escolar “Thomaz Mindelo” (1932). Para fazer o Exame de Admissão aos estudos secundários freqüentou o curso particular da professora Francisca Moura. A inclinação pelo sacerdócio levou-o a matricular-se, em fevereiro de 1933, no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, onde concluiu o ginasial e colegial em 1937. Já decidido a seguir sua vocação sacerdotal, continuou no Seminário. Cursou o primeiro ano de Filosofia no Seminário de Olinda, Pernambuco e o restante na Seminário paraibano, onde concluiu os estudos filosóficos e teológicos.

No Seminário Arquidiocesano da Paraíba, Eurivaldo laureou-se em Filosofia (1939) e em Teologia (1943), sob a orientação esclarecida e competente do Reitor José Tibúrcio de Souza Miranda.

Padre Eurivaldo também se licenciou em Filosofia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica de Pernambuco (1970).



Vida eclesiástica



Ordenado sacerdote a 4 de março de 1944, o padre Eurivaldo na manhã seguinte entoou sua primeira missa solene na Catedral Metropolitana, hoje Basílica Menor.

Essa data era significativa, pois se comemorava o Jubileu de Ouro do Seminário Arquidiocesano, com missa solene, com a participação do interventor Ruy Carneiro, autoridades e grande número de sacerdotes e fiéis. Por ocasião do Te Deum falou o Cônego João de Deus e o sermão esteve a cargo de D. Carlos Coelho.

A turma do padre Eurivaldo é de 1943, e dela faziam parte Euzébio de Oliveira, João Fernandes e José Paulo de Almeida. Ocorre que nesse ano o padre Eurivaldo contava apenas com 22 aos de idade e pelos ditames canônicos a ordenação dos padres só poderia ocorrer aos 24 anos de idade. Daí ele ter sido ordenado em 1944, assim mesmo com autorização expressa da Santa Sé Católica.

Com o padre Eurivaldo Tavares ordenaram-se os padres Fernando Abath, Rui Vieira, Cornélio Belo e os depois bispos D. Fragoso e D. Epaminondas.

Como sacerdote, o Monsenhor Eurivaldo teve a seguinte ascensão na Igreja Católica Romana:



1944 – Ordenado padre;

1950 – Cônego Honorário do Cabido Metropoli-

tano da Paraíba;

1998 – Monsenhor, Capelão do Papa



Exerceu as seguintes funções:





No magistério



Sua atividade no magistério se iniciou em Campina Grande, onde foi professor de Latim e Religião no Colégio Diocesano Pio XI, em 1944, tendo ali exercido o cargo de Vice-Diretor; lecionou Francês no Colégio Comercial “Dr.Corálio Soares”, de Sapé, em 1957, do qual foi fundador e primeiro Diretor; ensinou Latim no Colégio Estadual de Sapé; foi professor de Religião no Colégio Arquidiocesano Pio XII, em 1961; foi Diretor do Colégio Estadual de Sapé, em 1960.

No ensino superior, tornou-se professor fundador da Universidade Autônoma de João Pessoa, e lecionou a cadeira de Estudo de Problemas Brasileiros, em 1972. Foi professor Assistente da Universidade Federal da Paraíba, por concurso, lecionando a disciplina Estudo dos Problemas Brasileiros, em 1976, já se encontrando aposentado daquela Faculdade.

Nessa área, fez os seguintes cursos de aperfeiçoamento:

  1. Professor do Ensino Secundário (CADES) – Ministério de Educação e Cultura (1959);

  2. Relações Públicas e Humanas – Centro Paraibano de Relações Públicas (1959);

  3. Curso Intensivo de Estatística – I.B.G.E. (1969);

  4. Problemas de Administração e Contabilidade – Faculdade de Ciências Econômicas da UFPB (1970);

  5. Segurança e Desenvolvimento – Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG), 1970.

  6. Extensão Universitária para formação de Professores de Estudo de Problemas Brasileiros.



Outras atividades



O Monsenhor Eurivaldo Tavares exerceu várias atividades fora do magistério e da Igreja, entre elas o cargo de Secretário de Educação e Cultura do Município de João Pessoa; Secretário substituto da Polícia Militar da Paraíba, onde ocupou também as funções de Chefe do Serviço de Relações Públicas e de Chefe de Gabinete do Comando daquela corporação; representante do Governo do Estado junto ao Ministério da Educação e Cultura; presidente da Comissão Executiva do Concurso Vestibular Regional, 1977; membro da Comissão Central da organização dos festejos centenários do Presidente João Pessoa, representando o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano; membro da Comissão encarregada pelo Governo do Estado de selecionar documentos de valor histórico-cultural junto ao Arquivo Público da Paraíba.



No Instituto Histórico



Em 20 de dezembro de 1974 Eurivaldo Tavares ingressou no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, sendo saudado pelo escritor Joacil de Britto Pereira. No Instituto ele ocupa a cadeira nº 26, da qual é fundador, e tem como patrono Diógenes Caldas.

Sua atuação no Instituto é brilhante, tendo participado da Diretoria como 1º e 2º Secretário e membro de diversas Comissões Permanentes.

A Revista do Instituto contém vários trabalhos do Monsenhor Eurivaldo, entre eles: UM PIONEIRO DA GRANDEZA DA PARAÍBA, CORIOLANO – O JUSTO, AQUARTELAMENTO DA POLÍCIA MILITAR, ATRAVÉS DOS TEMPOS, VEIGA JÚNIOR QUE EU CONHECI, CENTENÁRIO DE UM PADRE-MESTRE, CENTENÁRIO DO MONSENHOR COELHO, O JORNALISTA QUE SE FEZ ARAUTO DA BOA NOTÍCIA DO EVANGELHO, PARAÍBA – 100 ANOS DE BISPADO (1892-1992), MONSENHOR ODILON PEDROSA – MESTRE EDUCADOR, JORNALISTA E PASTOR e D. MÁRIO VILLAS BOAS – 3º ARCEBISPO METROPOLITANO DA PARAÍBA.

Sua participação no Ciclo de Debates promovido pelo Instituto nas comemorações dos 500 anos da descoberta do Brasil foi excelente, tendo debatido os temas A IGREJA NA PARAÍBA e a INQUISIÇÃO, com segurança e brilhantismo, conforme consta dos Anais editado pelo Instituto.



Participação



Além do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, o Monsenhor Eurivaldo Caldas Tavares é membro da Academia Paraibana de Letras, onde ocupa a cadeira nº 36, cujo patrono é o historiador Manoel Tavares Cavalcanti.

Também pertence ao Instituto Paraibano de Genealogia e Heráldica e às seguintes instituições: União Brasileira de Escritores, Seção da Paraíba; e Academia de Letras Municipais do Brasil, Seção da Paraíba.

É patrono da Biblioteca Paroquial da cidade de Sapé.



Distinções recebidas



Entre as distinções com que foi agraciado constam o título de Cidadão Honorário de Sapé; diploma e medalha de “Amigo da Marinha”, concedidos pelo 3º Distrito Naval Brasileiro; diploma de “Colaborador Emérito do Exército”; Comenda e diploma do Mérito Cultural “José Maria dos Santos”, outorgados pelo Instituto Histórico e Geográfico Paraíba; diploma e medalha do “Pacificador”, outorgados pelo Ministro do Exército; diploma do Mérito Universitário oferecido pela Universidade autônoma de João Pessoa – UNIPÊ; Comenda Ad Imortalitatem e Diploma do Mérito do Serviço Cultural, ambos dados pela Academia Paraibana de Letras.

Monsenhor Eurivaldo Tavares foi alvo também de referências elogiosas do Comando Geral da Policia Militar e do Chefe do Estado Maior da mesma corporação, e do I Grupamento de Engenharia de Construção, do Exército, contidos em Boletins Militares.



Livros e publicações



Suas obras publicadas são numerosas:



  1. Subsídios para a História Religiosa de Mari (ex-Araçá) – Editora Teone, 1953.

  2. O Seminário Arquidiocesano da Paraíba e o Jubileu de Diamante de fundação – A UNIÃO Editora, 1954.

  3. Qualidades naturais e virtudes morais e cívicas do Militar, Oficinas Gráficas da Escola Técnica Federal da Paraíba, 1970.

  4. 140 anos a serviço de nossa segurança – A UNIÃO Editora, 1971.

  5. Bases filosóficas do ensino de Moral e Cívica – Grafisa, 1971.

  6. Perfil biográfico de D. Moisés Coelho – Interplan, 1974.

  7. 70 anos do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, A UNIÃO EDITORA, 1975.

  8. Duas vidas a serviço da Paraíba – A UNIÃO EDITORA, 1976.

  9. Deus, Pátria e Família – A UNIÃO EDITORA, 1977.

  10. Soldado paraibano, orgulho do Grande Presidente – A UNIÃO EDITORA, 1977.

  11. Implicações da Axiologia no estudo de Moral e Cívica – A UNIÃO EDITORA, 1978.

  12. Subsídios para o Estudo de Problemas Brasileiros – A UNIÃO EDITORA, 1980.

  13. Legendas que se entrelaçam (Discurso de posse na Academia Paraibana de Letras) – A UNIÃO EDITORA, 1980.

  14. Subsídios para o Estudo de Problemas Brasileiros – 2ª edição, EDITORA UNIVERSITÁRIA, 1981.

  15. Tavares Cavalcanti – O Romano antigo – Grande Gráfica e Serviços Ltda., 1981.

  16. Século e meio de bravura e heroísmo – A UNIÃO EDITORA, 1982.

  17. Mathias Freire – Grande Gráfica e Serviços Ltda., 1982.

  18. Monsenhor Anísio – Grande Gráfica e Serviços Ltda., 1983.

  19. Subsídios para o Estudo de Problemas Brasileiros – 3ª edição – EDITORA UNIVERSITÁRIA, 1983.

  20. Cônego João de Deus – Grande Gráfica e Serviços Ltda., 1985.

  21. Itinerário da Paraíba Católica – Grafset, 1985;

  22. Diógenes Caldas – Gráfica Progresso Ltda., 1986.

  23. .Um Missionário do bem comum – Gráfica Progresso Ltda., 1986.

  24. Retrato Nobre – Traços biográficos de Eurípedes Tavares – UNIGRAF, 1989.

  25. Monsenhor Tibúrcio Um apóstolo e formador de apóstolos – UNIGRAF, 1990.

  26. Paraíba 100 anos de Bispado – UNIGRAF, 1992.



São 80 anos de vida intensa na senda eclesiástica, na área educacional, no seio do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano e da Academia Paraibana de Letras, como historiador e escritor.

Conferencista sempre requisitado, pronunciou palestras nas diversas instituições culturais do Estado e em grupos escolares e colégios.

Devidamente autorizado, continua rezando o Ofício da Santa Missa em sua própria residência, na Capela Nossa Senhora Medianeira de todas as Graças, mantendo contato permanente com os fiéis dos arredores da Av. Maranhão.

Para regozijo nosso e de seus devotados paroquianos, Monsenhor ainda não pendurou a túnica e a estola e continua abençoando a todos nós.